Escrevo sobre o que quiser
palavras aos montes da minha boca
linhas feito rios correm no papel
Acho que ainda estou vivo...
Xingo por puro prazer
e grito por questão de arte...
A bomba quase explodiu
enquanto eu conhecia de perto
os mais variados tons de folha...
Não existem almas para tantos verões!
Tudo cabe na palma de qualquer mão
e qualquer não pode ser bem vindo...
As declarações são misteriosas
mas imprescindíveis ao seu modo...
Tento evitar de repetir
mas existem muitos pudins e erros...
Nunca fui mestre de alguma coisa
e não reivindiquei coisa alguma...
Aliás, não existem mais aliás...
Gosto de sair sambando pelas ruas,
principalmente quando não é carnaval...
Existem várias cachaças
e sobretudo as que não embriagam...
Nossos dentes são sobreviventes
de uma grande e constante tempestade...
São tantas as escolas que existem
mas nem todas elas dão diplomas...
Nas pontas dos abismos
a brisa é quase sempre mais agradável...
Pobre de mim, camaleão!
A vida passa em preto-e-branco...
O cinema fica sempre vazio
com exceção das matinês...
Mesmo quando a Chiquita
falta aos seus compromissos...
Eu vou viver mais cem anos
até que alguém me esqueça...
Escrevo sobre o que quiser
palavras aos montes da minha boca
até sobre esse sol maneiro
que não está mais aqui...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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