Senti uma vertigem sem tamanho
vendo a fumaça do cigarro voando
ele tinha pressa, muita pressa
de encontrar as nuvens e pedir perdão
pelos pecados que não cometeu...
Escutei sons quase estranhos
que não tinham mais limites de tempo
Seriam velhas canções ressuscitadas?
Não me encontro em condições
para julgar tal impasse apresentado...
Era alguma visagem aquela?
As roupas não estavam mais rasgadas
e no meu rosto agora de menino
habitava aquele meu velho sorriso
como já não tenho faz muito tempo...
Onde estão minhas lágrimas?
Como num passe de mágica
todas elas desapareceram do rosto
apesar de deixarem seu rio salgado
tão misterioso quanto o mar...
Uma sombra se aproximou de mim
não era a minha própria sombra
nem sequer era uma assombração
era apenas a sombra da solidão
que dá mais medo que qualquer outra...
Senti uma vertigem sem tamanho...
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