segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome Número 92


Faço tudo que posso para não morrer

mas morro um pouco em cada dia,

Desvio-me dos espinhos para não sofrer,

mas isso é apenas estratégia vazia


Vejo o tempo que passa sempre à correr

e os sonhos correm mas nada lhe alcança,

nada pior pode enfim me acontecer

a não ser sobrar à me torturar a esperança...


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Era frio o dia,

o mais frio de todos

sem sombra alguma de dúvida.

Era mais cinza a cor,

não havia outra,

para cobrir as paredes da caverna.

Era um silêncio mortal,

mais triste ainda,

porque ouvia as batidas do meu coração...


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Livre como um pássaro preso,

invento novos símbolos

para que os malvados não percebam.

Através das grades mando sinais

que sobem aos céus com velocidade.

Talvez a resposta para tanta saudade

seja toda essa lembrança,

talvez seja amanhã o eu-pássaro

jazendo no fundo da gaiola...


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Eu não acredito mais nos pássaros,

eles passaram voando

e não escutaram os gritos de minha tristeza

e não tiveram pena de mim,

não me levaram...

Eu não gosto mais das estrelas,

elas atrapalharam meus cálculos

com todo o seu brilho

e ainda ficaram a noite toda

rindo da minha cara...

Eu não quero mais os sonhos,

eles foram malvados por demais

e feriram-me todos os instantes

mostrando-me cruelmente

que o inferno pode ser bem perto...


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Cara ou coroa

ruim ou boa

O relógio não perdoa

Mas a tristeza dá bom-dia

ao contrário da alegria...


Ímpar ou par

amar ou desamar

É tudo que há

Só não posso escolher

entre viver e morrer...


Sim ou não

alívio ou aflição

O destino na contramão

Há coisas que não entendo

Nem os versos que vou lendo...


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Surpresas esperadas

ilusões caídas e quebradas

tudo é vidro, tudo é vidro

cada caminhada não deixa rastros

solitariamente vamos e vamos

até não podermos mais...


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Vamos brincar?

Dispense aquele brinquedo bacana

que custa caro na loja...

Quer se divertir?

Prepare-se para ter risos

como nunca teve antes...

É simples... É muito fácil...

Contemos as estrelas,

ou desenhemos nas nuvens,

amemos sem querer retribuição,

fechemos os olhos e enxerguemos o infinito...

Vamos brincar?...


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Ela não me olha mais...

Isso pouco me importa...

Sigo meu caminho,

passo pela sua rua,

como os loucos 

que não ligam mais 

para tal coisa...


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