segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Audissonância

 


Folhas tortas

em quadriláteros dissonantes

de puro prazer ou aflição...

Inventei alguns dias...

Perdi minha localização

em meio ao meu caos

e danço mesmo sem chuva

e em alguns funerais...

Pássaros lentos

formam desenhos no céu

enquanto alguns anjos choram...

Estou livre... Livre! Livre!

Para escolher calmamente

a corrente que mais 

me aprouver...

Os vendilhões do templos

estão muito contentes

com o resultado do jogo...

Ela é tão linda!

Eu posso contar seus ossos

enquanto ela se droga

entre rosas azuis...

Quem está aí? Quem está?

Achem a morte entre espelhos

e não haverá mais medo...

Subir ou descer

é só uma questão

de ponto de vista...

Tantos chapéus

para uma só cabeça...

A terra não é voraz

mas o tempo é...

Os domingos são domingos

até se tornarem

meras segundas-feiras...

Acabaram-se as violas

as enluaradas nem se fala...

Os poetas andam ocupados

em falar o óbvio repetidamente

e ir ao fast-food...

Trinta segundos 

é mais que suficiente

para nos deixar entediados...

Firme e forte

como prego no angu!

(Como dizia 

o grande morto...)

O ouro dá cor

para todas as cores...

Selva, selva, selva,

eis a mais nova

das palavras...

As fechaduras importam

mais que as portas...

Hambúrgueres com molho

bem caprichado...

E céleres operações

com mais que os dedos...

São dispensadas 

todas as apresentações...

A mentira agora

é o prato do dia...

E uma alucinação só

não me completa mais...

Somos sadomasoquistas sem tesão...

Bailarinos em cacos de vidros...

Doidivanas sem sequer

conhecer tal palavra...

Tomo meu energético

com esperanças de infarto...

O último à sair

acenda a luz...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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Poesia Gráfica LXXXVI

T U A T R A N Ç A T O D A D A N Ç A T U D O A L C A N Ç A F E R O Z E M A N S A ...............................................................