Folhas tortas
em quadriláteros dissonantes
de puro prazer ou aflição...
Inventei alguns dias...
Perdi minha localização
em meio ao meu caos
e danço mesmo sem chuva
e em alguns funerais...
Pássaros lentos
formam desenhos no céu
enquanto alguns anjos choram...
Estou livre... Livre! Livre!
Para escolher calmamente
a corrente que mais
me aprouver...
Os vendilhões do templos
estão muito contentes
com o resultado do jogo...
Ela é tão linda!
Eu posso contar seus ossos
enquanto ela se droga
entre rosas azuis...
Quem está aí? Quem está?
Achem a morte entre espelhos
e não haverá mais medo...
Subir ou descer
é só uma questão
de ponto de vista...
Tantos chapéus
para uma só cabeça...
A terra não é voraz
mas o tempo é...
Os domingos são domingos
até se tornarem
meras segundas-feiras...
Acabaram-se as violas
as enluaradas nem se fala...
Os poetas andam ocupados
em falar o óbvio repetidamente
e ir ao fast-food...
Trinta segundos
é mais que suficiente
para nos deixar entediados...
Firme e forte
como prego no angu!
(Como dizia
o grande morto...)
O ouro dá cor
para todas as cores...
Selva, selva, selva,
eis a mais nova
das palavras...
As fechaduras importam
mais que as portas...
Hambúrgueres com molho
bem caprichado...
E céleres operações
com mais que os dedos...
São dispensadas
todas as apresentações...
A mentira agora
é o prato do dia...
E uma alucinação só
não me completa mais...
Somos sadomasoquistas sem tesão...
Bailarinos em cacos de vidros...
Doidivanas sem sequer
conhecer tal palavra...
Tomo meu energético
com esperanças de infarto...
O último à sair
acenda a luz...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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