quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Nem Melhor, Nem Pior

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Nem melhor, nem pior que você
Vou me virando como posso,
Na triste arte de querer viver,
Neste mundo que não é nosso

O mundo é dos que são maus,
Dos que fazem a guerra e o sofrer,
Vamos então navegar nossas naus,
Com seu caminho à percorrer

Nem melhor, nem pior que você
Se não comemos passamos fome,
Se não amarmos vamos morrer
Todas as coisas são meros nomes

Mesmo sofrendo vamos rindo
Um dia quem sabe iremos vencer
Deixe os versos irem nos bulindo
É uma nova poesia que vai nascer

Nem melhor, nem pior que você,
Vou me virando como posso,
Na triste arte de querer viver,
Neste mundo que não é nosso...

Amar É Preciso...

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Amar é preciso...
E descobrimos isso de várias e variadas maneiras quando o tempo, este mestre rude e justo nos ensina que são tão vãs as nossas vaidades, como é tolo nosso orgulho e como termina em nada a nossa ambição...
Amar é preciso...
Quando abrimos os olhos pelas manhãs e percebemos as muitas dádivas imerecidas que a vida nos reservou. O tempo nos espera, mesmo que apressado, para rirmos com as nossas alegrias, para chorar com nossos contentamentos...
Amar é preciso...
Levantar e olhar as cores com todas as suas matizes, dançar todos os passos possíveis e inimagináveis, cantar todas as canções que a mente lembrou ou o sentimento descobriu. Olhar todos os rostos de quem amamos e mesmo aqueles que ainda não conhecemos...
Amar é preciso...
É preciso gritar ante as injustiças do mundo, contra as agressões dos tiranos, derrubar os castelos da ganância, os arranha-céus do egoísmo, esquecermos nossas vaidades tão ridículas...
Amar é preciso...
Enlouquecer santamente pelos carnavais à fora, brincar com a sabedoria dos meninos pelos quintais. É necessário esquecermos os números, desprezarmos as estatísticas, brincar mais, correr mais no mundo que é nosso por herança...
Amar é preciso...
É preciso ser menos intolerante e mais gentil, mais amigo, mais companheiro e diminuirmos as setas que nos apontam para nos ferirmos. A dor é abreviada quando não estamos tão sós...
Amar é preciso...
E encontramos os nossos sonhos batendo na porta, pedindo cordialmente para nos levar onde quisermos, para a estrela mais distante ou para o mar mais azul possível. 
Amar é preciso...
Que tal hoje galoparmos em macias nuvens e brincarmos de pega-pega com os anjos? Não seria bom rolarmos na relva macia com o orvalho que ainda não subiu novamente aos céus? Colher as pequenas flores sem nome e dar-lhes os nomes mais bonitos?
Amar é preciso...
Falarmos pela milésima vez à pessoa amada o que sentimos, e, se porventura não a tivermos, termos ainda assim o peito cheio do mesmo amor para darmos para todo o universo...
Amar é preciso...
E nos prepararmos com a alma limpa e o coração puro para a grande a grande viagem que, afinal de contas, é apenas irmos amar em outras paragens...
Amar é preciso...
Amar sempre é preciso...

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Canção dos Novos Judas

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Eles chegaram! Estão todos por aí!
Usam novos ternos e novas gravatas
Agora querem mais do que trinta pratas
Querem curtir suas férias no Havaí!

Agora arquitetaram novos planos
Querem confundir nossas pobres cabeças
E por mais incrível que pareça
Todos eles se declaram humanos!

Não discordo dessa nova teoria
São humanos e humanos hão de ser
A lei agora é apenas matar ou morrer
Cada um com sua falsa alegria!

Eles falam que pregam a verdade
Eles falam sempre de compaixão
A sua luz é a própria escuridão
Sua virtude é a própria iniquidade!

Estão infiltrados em quaisquer lares
Em todas as concepções artísticas
Detentores de uma nova mística
Navegam por todos os mares!

Cuidado então, meu pobre amigo!
Eles só querem mesmo é lhe trair
E se você chora, não estão nem aí
Pois eles não passam do próprio perigo!

Eles chegaram! Estão todos por aí!
Usam maquiagem muito rouge e batom
Mostram que o diabo é que o bom 
Querem curtir suas férias no Havaí!

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Cada Verso, Cada Beijo

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Cada verso que faço
É um pedaço que se vai
Vai voando pelo espaço
É uma estrela que cai

Não caia minha estrelinha
Aquele sonho que eu tinha
Ainda está dentro de mim
E mesmo que vá pela estrada
Por essa vida malvada
Ainda há flores pelo jardim

Cada beijo que eu dou
É um desejo que acendo
É a noite que se iluminou
Quando o dia foi morrendo

Não vá embora querida
Dói muito a partida
É parecida com o fim
Eu ainda sou feito criança
Ainda carrego esperança
Colombina sou Arlequim

Cada verso que faço
É o cansaço que vem
E eu choro o fracasso
Sozinho sem ter ninguém...

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Brasileiro

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Tenho chorado demais
Por coisas que nunca quis
Por ser passado pra trás
Por querer ser feliz

Escuta as besteiras na TV
Me emociono com as novelas
Sem ter razão nem porquê
Já desbotaram as aquarelas

Sou brasileiro sem partido
Partido sobretudo ao meio
Sem culpa de ser parido
Num lugar bonito tão feio

Lamento essa minha ferida
Exposta, sem curativo
Sou paciente numa sobrevida
Mesmo faltando motivo

A minha febre está alta
Deito na cama tremendo
E a mentira anda em alta
Até o cego está vendo

Tenho chorado demais
Nem me adianta o fevereiro
Me alcance se for capaz
Perdi a corrida, fui o primeiro

Da Natureza da Vida e da Morte

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Cuidado, se cuide, ô seu menino
A vida é apenas um lance,
Quando muito somente a chance
De ir na correnteza do destino

Não grite, fique aí calado
Apesar de todos os requintes
A vida possui os seus acintes
Que é pra se sair machucado

Dê valor pras coisas pequenas,
As coisas grandes quebram logo,
Cuidado, muito cuidado, te rogo
A vida não está nos cinemas

Ela se prostitui nas esquinas
É serpente, vai dar seu bote,
Talvez assuste, talvez não note
Não é um pacote de traquinas

Cuidado, se cuide, querido amigo,
A vida está viva pra ser vivida,
É malvada, mas também é querida,
Temos que rir de todo perigo

(Para o grande escritor e poeta Davi Mendes)

Tenho


Tenho sangrado demais
As feridas doem mais que tudo
Me fantasio para os carnavais
Mas mesmo assim estou desnudo

Tenho chorado às pampas
Dos meus olhos ficarem tortos
Dormindo em cima das campas
Chamando em vão pelos mortos

Tenho andado demasiadamente
Como quem já enlouqueceu
Sem futuro passado ou presente
Até o tempo já me esqueceu

Tenho amado bem pouco
O amor anda correndo de mim
Mas continuo o mesmo louco
Falando às flores do meu jardim

Tenho estado triste e tão só
E pensado tanta besteira
Mas mesmo que não tenham dó
Vou vivendo à minha maneira...

domingo, 21 de janeiro de 2018

Um Cidadão Comum

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Sou um cidadão comum,
Desses que andam por aí,
Contentamento? Não tenho nenhum
Só tenho as coisas que perdi

Ando por todo espaço,
Aquele que meus pés podem dar,
Não há sucesso nem fracasso,
O que posso é respirar

Não estranhe essa minha cara,
Existem outras mais feias no mundo,
Qualquer dia a vida pára
E ai acabou mais um vagabundo

Sou um cidadão pacato,
A manhã agora está muito fria
E nem por isso me mato,
Só porque perdi a alegria...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Minha Companheira (A Tristeza)

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Venha aqui, venha velha companheira,
Vamos andar nesse mundo a fora,
Antes que essa malvada vida vá embora
E a morte venha, sempre traiçoeira...

Eu ainda quero aproveitar o dia,
Quero escutar os pássaros cantando,
Sei que meus pés estão se cansando
E minh'alma sofre assim vazia...

Mas não me importo, me pego rindo,
Lembrando de velhos dias passados,
Dias bonitos descansando enterrados
E u achava que tudo era tão lindo...

Agora, eu tenho você, você me tem,
Aprendi à nunca mais nos separar,
Juntos estamos e juntos vamos estar,
Aqui e em outras terras mais além...

Venha aqui, venha velha companheira,
A noite morreu, o dia está tão bonito!
E eu a levarei bem longe, ao infinito,
Em busca de nossa vida verdadeira...

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Dúvida, Certeza, Dúvida...

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Não há como escapar, a porta de entrada do labirinto abriu-se no parto. E vamos andar. Cambaleantes, mesmo quando nos achamos seguros. Vacilantes, mesmo quando apertamos a certeza entre os dedos. Mãos costumam ter o mau costume de nos trair.
Você acordou hoje? Quem garante que o seu acordar não é um sonho dentro de outro sonho? Uma coisa é certa, os ponteiros do relógio vão fazendo seus passos sem cansaço algum, sem pena, distraídos...
Fará tudo que planejou? Sua mente preparou uma planilha apenas para se ocupar. A surpresa se oculta atrás de cada porta, portas são muitas, algumas abrem e muitas permanecem fechadas. O acaso nada protege, mas adora rir...
Seus sentidos funcionam bem? Cuidado. Nossas visões são grandes caleidoscópios na mão de um malvado menino. O que é agora, não é mais no próximo instante, a alegria já chorou e os demônios trocaram de lugar com os anjos no coro...
Não radicalize nada, coisa alguma acertou com exatidão o alvo. As competições nunca acabam, as armas mais perigosas nunca apontam sua vítima...
Quando você anda, o silêncio é quebrado. Seus pés são excelentes músicos, mas se cansam com muita facilidade. Repetir pode ser uma nova forma de se auto flagelar.
Espere mais um pouco, não precisa ser muito, o suficiente para que as montanhas cresçam mais ainda e o sol se esfrie. Enquanto isso invente as mentiras mais possíveis que seu coração possa aguentar. Nada mais, nada menos...
Você já acordou hoje??

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Longe de Mim!

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Longe de mim - vai embora!
Eu estou cheirando mal
Não sou o que pode ser normal
Apesar de não chegar minha hora

Longe de mim - eu sou perigo!
Sem querer vou machucar
Deixa que eu procure meu lugar
Vai chover preciso de abrigo

Longe de mim - sou viciante!
Posso ser um mal necessário
Apesar de ser mais um otário
Nesse mundo cambaleante

Longe de mim - sou mal-educado!
Palavrões falo normalmente
Eu sou assim meio que doente
Pelo mundo afora tenho andado

Longe de mim - vai embora!
Eu estou cheirando mal
Suei muito nesse carnaval
Talvez tenha passado da hora...

sábado, 13 de janeiro de 2018

E Eu Fazia Como Sempre Meu Espetáculo...

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E eu fazia como sempre meu espetáculo...
Um espetáculo de luzes, cores e puro desespero...
Porque eram tristes estes meus dias
Fosse qual fosse todo o meu esmero...

E eu fazia o meu discurso pensando que falava...

Aquilo que era o mais certo e mais adequado...
Mas o tempo calou de vez a minha voz
Me ensinando que não há certo nem errado...

E eu dançava a minha estranha dança...

Sem ao menos saber se era ou não feliz...
Com os pulsos cortados e de braços quebrados
Minha vida continua por um triz...

E eu perdia meu sono em pesadelos...
Não adiantavam duvidosos comprimidos...
Revirava na cama para todos os lados
Ali jaziam os meus velhos ossos doloridos...

E eu fazia como sempre meu espetáculo
Um espetáculo de luzes, cores e puro desespero...
Ainda guardo estes meus tristes dias
Fosse qual fosse todo o meu esmero...

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Todo Vento Traz

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Todo vento que venta perto
Traz a poeira, a tonteira
De um peito mais deserto

Todo vento que venta longe
Traz o voto, o controle remoto
O silêncio doente do monge

Todo vento que venta quente
Traz qualquer dia, traz alegria
Até quando não se está contente

Todo vento que venta frio
Traz o fim da fogueira apagada
A tristeza de um quarto vazio

Toda venta que venta bem alto
Traz aquela mais grato surpresa
De uma alegria chegando de assalto

Todo vento que venta baixo
Traz toda a confusa incerteza
Daquilo que quero e que acho

Todo vento que venta mais forte
Traz a preocupação da nossa vida
E a aceitação tranquila da morte

Todo vento que venta mais brando
Traz a tranquilidade de se dormir
Mas eu me pergunto: Até quando?

Areias

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Areias que afundam os meus pés
Nesta mais insana solidão
Eu que vivo todo ao invés
Marcado pela minha tola paixão

Paro um pouco estou cansado
Olho o mar bem na minha frente
E até meu rosto tenho disfarçado
Sorrio fingindo estar contente

Os carros passam segue-se o dia
O tempo não pode ser interrompido
A imortalidade incomoda quem diria
É triste estar vivo e ter morrido

Respiro com avidez o aéreo sal
Que chega pelas narinas invasor
Agora não temo mais o mal
Até acostumei com minha dor

Um dia me cansarei mas não agora
Tudo um dia há de se cansar
E nesse dia poderei ir enfim embora
E assim vai acabar meu caminhar...

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Não Há

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Hoje não há mais o que cantar,
Certamente não há, não há...

Existem alguns sons desconexos,
De alguma canção que sobrou,
E vamos então caminhando,
Eu não sei onde estou...

Hoje não há mais o que fazer,
Talvez chorar, talvez sofrer...

Existem algumas fogueiras extintas,
Na noite passada havia alegria,
Nem sempre o dia será bom,
Nossa manhã está tão fria...

Hoje não há como se fugir,
Nos resta apenas cair, cair...

Existem abismos mais profundos,
Quem tem coragem de pular?
Acabaram-se os nossos heróis,
Não mais história pra contar...

Hoje não há mais o que contar,
Certamente não há, não há...

domingo, 7 de janeiro de 2018

Eu Tenho Vontade de Viver

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Mesmo que pedras e estatísticas sejam ao contrário
Mesmo que meus sonhos apenas me deem as costas
E que afinal de contas eu seja apenas mais um otário
Sem saber as perguntas e ainda menos as respostas

Mesmo que a lei seja incerta injusta e cabulosa
Mesmo que o dia de cão seja tristemente todo o dia
E que o diabo tenha optado por usar cor de rosa
E que o enterro seja de toda esta nossa alegria

Mesmo que nada conste na nossa constante jornada
Mesmo que o carnaval se acabe assim de repente
E que o final feliz seja apenas mais um mero nada
E que ter algum sonho seja apenas ser um doente

Mesmo que minhas mãos tremam e o resto também
Que seja isso o diagnóstico mais que desanimador
Que os céus se fechem e o dia não acabe nada bem
E que minha parte na herança seja apenas dor

Mesmo assim de qualquer jeito eu quero viver
Quero viver mesmo que seja isso apenas a morte
Acabou o medo e nem mais de susto quero correr
Já não me assustam os ventos vindos do norte...

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Ninguém Amará

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Ninguém amará - o louco...
Poderá ser perigoso correr atrás de nuvens
Querer correr até atingir o sol
Flertar com pulos em direção ao abismo
E gargalhar sem motivo algum porque é bom...

Ninguém amará - o cego...

Nas trevas ele fez a sua moradia
E de lá nunca mais poderá sair
Todos têm medo daquilo que desconhecem
E desconhecer significa haverem segredos...

Ninguém amará - o mudo...
Sua canção habita as profundezas do ser
Conhece outros dias já passados
E ainda outras velhas coisas
Que ninguém pode enfim matar...

Ninguém amará - o surdo...
Ele senta na beira de profundo abismo
Em que vê tudo em sua volta
E guardará como um precioso tesouro
Tudo que só a alma pode lhe dar...

Ninguém amará - o sonhador...
Ele agora mesmo faz seus planos
Mesmo que os dias felizes não se avistem
E sua alma na tempestade sobreviva
Para testemunhar o fim de toda tristeza...

Ninguém... Ninguém amará...

Absolutamente Nada Pois Os Dias São Estes

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Não que eu queira,
Mas os dias são estes,
Dias de dor e de desprezo
Onde homens e feras caminham juntos...
Os relógios são os novos carrascos
E a sucessão de seus números
Podemos chamar nossos pesadelos...
Não que eu peça,
Minhas caladas orações são outras,
Pedem dias de sol e flores sem nome,
Finais felizes de inocentes novelas...
Só que os ares agora pesam,
E seu peso acaba sufocando
Mais do que qualquer outro veneno...
Não que eu não implore,
Tenho até implorado outros carnavais,
Novos abrigos para nossos desatinos
Com direito ao sono do dia seguinte...
Mas ninguém mais me conhece,
O meu rosto ficou em outro tempo,
Quanto mais distante, menos sou visto...
Não que eu não suplique,
Queria que houvesse paz entre os homens,
Brincadeiras para os nossos meninos,
Justiça em todos os cantos da terra...
Só me resta pouco a fazer,
Colocar o último sangue que resta nas veias
Em versos que dedico à você, meu amor...

Engraçado

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Eu faço versos de mil cores,
Coloco-as ajeitadas lado à lado,
Já esqueci de minhas dores
Porque acho tudo muito engraçado

Eu tento alçar mil amores,
Mas o meu sonho jaz despedaçado,
Acabou-se a peça, foram os atores
E acabo rindo, tudo é engraçado

No ar sobem muitos odores,
É meu enterro, tudo tão planejado,
E mesmo assim, irei onde fores
E isso se torna muito engraçado

Por aqui paro meus estertores,
Não falo mais, ficarei calado,
Suportando todas as minhas dores
Porque acho tudo muito engraçado...

Homem &Mito

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Estático eclético cismático
Eu que caminho em todas as ruas
E meu coração sufoca por novidades
As minhas mentiras são as mais nuas
Vou cometendo assim atrocidades

Hermético elétrico apático
Vou carregando loucas bandeiras
Nem eu mesmo sei o meu querer
Joguei fora as minhas maneiras
Só sei que um dia irei morrer

Simpático apático sintético
As novas modas me apavoram
As moedas queimam em minhas mãos
Só existem esfinges que se devoram
Como tenho medo do avião

Tático mimético asmático
Acho que ri e que foi bem anteontem
O meu riso tudo e todos contagia
Acabar a vida é atravessar a ponte
Que poderá parar num outro dia

Atlético tétrico elástico
Paro por agora esse meu canto
Amanhã talvez tenha um algo mais
Batam palmas e não batam tanto
Neste meu caminho nem tenho paz

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Em Caso de Emergência

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Em caso de emergência quebre o vidro,
Pule pela janela, vá para o quintal,
Em caso de emergência grite alto,
Ria muito, faça um carnaval

Em caso extremo de solidão,
Incomode à todos, perturbe a vizinhança,
Grite alto todas as suas dores,
Exija todas as mais loucas esperanças

Em caso de emergência roube beijos,
Não esconda nunca que tem tesão,
Acenda uma vela no meia da noite,
Coloque pra correr essa escuridão

Em caso de injustiça faça protestos,
Esqueça os seus piores medos,
Não devemos temer a morte,
Mas sim a vida com seus arremedos

Em caso de emergência esqueça a pose,
Coloque de vez o seu pé no chão,
Todas as modas acabam indo embora
Pois vem aí uma outra estação

Em caso de dúvida faça perguntas,
Não é vergonha nenhuma duvidar,
O silêncio é só para a reflexão,
A boca foi feita para se falar

Em caso de emergência quebre o vidro,
Pule pela janela, vá para o quintal,
Em caso de emergência grite alto
Ria muito, faça um carnaval...

Não Me Leve à Mal


Não me leve a mal...
Se não existe data pra comemorar, o riso corre franco pelo rosto, o choro já secou faz tempo e as coisas me ensinaram que devemos lucrar mesmo quando perdemos...
Não me leve a mal...
A vida está ruim, o mundo está ruim, as pessoas são insensíveis na maioria das vezes, mas eu continuo humano e apto à fazer as mesmas bobagens que sempre fiz...
Não me leve a mal...
Não tenho tido muito tempo pra sonhar, mas eu sonho; falta lugar pra fugir, mas eu tento; não tenho ganho muito carinho, mas me enterneço; existem algumas flores pelos caminhos onde ando...
Não me leve a mal...
Sei que nem sempre sou escutado, mas eu grito; nem sempre estou na moda, mas sou eu mesmo; que posso passar por ridículo e tolo, mas isso pouco me importa...
Não me leve a mal...
Se não quero correr por coisas bobas; se não acho legal ser sempre o melhor; se não sou bonito nem famoso nem tenho tanto poder; nem todos tem que ser assim...
Não me leve a mal...
Se sou teimoso e insistente em fazer versos; se esses versos ficam jogados num canto escuro; se a fama não vem bater na minha porta contando mil novidades do mundo lá fora...
Não me leve a mal...
Se os soldados ainda atacam países, se as bombas explodem pelos céus, se os donos do capital ainda fazem suas tretas e a vida continue como está...
Não me leve a mal...
Mesmo que hoje não seja carnaval...

(Extraído do livro "Novos Textos Poéticos" de autoria de Carlinhos de Almeida)

Não Há Encanto

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Não há mais canto
E apenas o choro repito
Acabou-se o encanto
É feio o que era bonito

E as flores agora mortas
Só enfeitam o meu caixão
Um dia por ruas tortas
Procurei e foi tudo em vão

Procurei apenas ser feliz
Como qualquer um procura
E todas as loucuras que fiz
Não trouxeram minha cura

Agora nada mais resta
Não há mais o que falar
Morreu o amor acabou a festa
Me deixe aqui - chorar...

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...