segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Enigma da Claridade


E eu feri meus pés
O inferno é no convés
E eu feri minhas mãos
Foram todos os nãos

Confesso minha culpabilidade

Mas a culpa foi desta cidade

E eu andei em desatino

Era apenas um menino
E eu feri meu corpo todo
Foi tudo um engodo

Fui eu que joguei a pedra no poço

Mas eu nunca fui um bom moço

E eu cantei desafinando

Acho que estava chorando
E eu fiz muitas loucuras
Só andava todo às escuras

Eu mesmo acendi essa fogueira

E me afligi por tanta besteira

E eu feri meus pés

O inferno é no invés
E eu feri minhas mãos
Meus caros cidadãos...

Ainda Alguns Quase Haicais


O menino mau que eu fui um dia
Nunca foi embora
Segura as chaves da minha alegria

O vento nunca que se cansa

Ele me chama sempre
Junta todas folhas e dança

Tirem essas placas todas daí

Há muito o que viver
Não foi em países que vivi

O catavento roda e gira gira e gira

Tudo é apenas brincadeira
As coisas sérias são apenas mentira

São os meus olhos? Ou são os seus?

Só sei que existe o choro
Por cada sonho que um dia se perdeu

Brincamos todos à nossa maneira

Não tenha nenhum medo
As espadas são todas de madeira

Para mim só existe só um remédio

Quero toda a brincadeira
Para acabar com essa doença - o tédio

Existem na vida muitos caminhos

Mas sempre prefira
Ir pelo que vão todos passarinhos

As nuvens dormiam e dormiam 

Mas mesmo dormindo
Não sabiam mais onde é que iam

O pequeno poeta ia pelo mundo

E chorava pelo caminho
Mas esse choro dura um segundo

São inúteis todos e quaisquer apelos

Farei durante muitos séculos
Uma coroa de flores pros teus cabelos

São humanos - como humanos erram

Esta é toda lei da vida
Só há silêncio mas os cabritos berram

A espera da estrela até que entendia

Mas não há o que fazer
À não ser esperar que nasça de novo o dia

sábado, 27 de setembro de 2014

Poemeto da Bela na Escuridão


São tão olhos tão bonitos
Perdidos na escuridão
São tão olhos tão aflitos
Perdidos em sim e não...

São tão olhos tão malditos

Matando meu coração
São tão olhos tão inauditos
Achei-os bem pelo chão...

Era noite e tudo estava triste...

Rua dos Famintos

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Estreitos corredores aterradores labirintos
Cuidado aí vêm os cães eles estão famintos...
Eles querem comer qualquer coisa seu moço
Não querem apenas comer um simples osso...

Eles na verdade não são cães de verdade

Cada um é um homem que se tornou covarde
Eles querem comer qualquer coisa seu moço
Acabaram de vir lá do fundo do poço...

Ruas das mais certas sem abrigo descobertas

Cuidado aí vêm os gatos suas investidas incertas
Eles querem mais do que somente o prato
Já vêm preparando a investida sobre o rato...

Eles na verdade não são apenas simples felinos

Cada um é um homem é o dono de seu destino
Eles querem mais do que somente o prato
Acabaram de fazer da sua vida todo um desacato...

Ruas de curvas que vão pra lá do desconhecido

Cuidado são os ratos com seus trapos vêm vestidos
Eles querem roer tudo aquilo que vêm pela frente
Mesmo que isso seja apenas a nossa carne de gente...

Eles na verdade não são apenas simples roedores

Cada um é um homem provido de suas próprias dores
Eles querem roer tudo aquilo que vêm pela frente
Vão roendo o mundo aos poucos que está doente...

Cuidado... Cuidado...

Andem nesta rua com muito cuidado...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Insaneana Brasileira Número 43 - Basbaques

Tora de pé tora de mão. Esquifes caseiros de uso diário. Multiuso. Poliuso. Tudouso. Eu soube mais do que nunca esse leseira. Nunquinha que meus olhos fecharam em cochilo mas sempre esbugalhados num medo não são. Era o fundo do poço e era o fundo do prato. Lágrimas sólidas que não paravam. Apare o cabelo leso! Acabe com o bonito sando! Loucos são os sãos em suas argumentações que dão lógica. Loucos e loucos e loucos. Sonhações alegres. E réquiens de duração infinita. Estamos aí. De somenos pelo menos. E vãos de escada. Degraus perigosamente perigosos. E que fazem saração na susteza. São várias nações e a mesma cegueira. As mesmas coisas. Encruzilhadas e enigmas. Vamos que vamos. Empurrando o auto de ladeira acima. Cansaço aos montes. E quem não está triste? Mesmo gargalhando de cair no chão. Rolando até ralar. A mesma mobília na sala de estar. A mesma coisa em certos lances fenomenais. Viu? O tiro foi certo no pássaro. Mas o pássaro livrou-se entre as nuvens. E eu tenho liberdade de falar as palavras que eu quiser. Até gastar todo meu dicionário. Ah! Meu chá! E conversas boas e proibidas. Vocês nem imaginam como é bom saber de coisas. E como é bom ver a verdade como a cabeça de João Baptista na bandeja de Salomé. É Wilde que fez a peça e há várias palmas para ela. Sem brigas por favor! Não queremos interromper a música que perfuma o ar. Mas que nada. Sai da minha frente. Eu tenho grandes pés e maiores vontades ainda. Vontades com letras maiúsculas. E malabarismos infinitos que não sei de onde. Basta! Eu não sei nem quem foi que roubou o segredo mas estava lá. Por isso quero todos os descansos possíveis que andam por aí. Eu tenho a força! De todos os fins de festa e fogueiras agora apagadas. Não custa nada ir até o fim. E se o fim não fosse o fim melhor ainda seria. Vamos ver todos os clips que pudermos. Assim está bom. Quero beijos e mimos como qualquer outro que o novo pode ter. Nem sei que classificação estou. Debatem muita coisa. E tudo vai parar no mesmo lugar. São mísseis se debatendo. E os senhores ministros fazendo sublimes declarações sem sentido. Os conflitos batem nas portas oferecendo suas novas promoções. No fundo no fundo até o nada faz sua parte. É assim mesmo. A decoração lembra um filme antigo de terror de milésima categoria. Não há mais horizontes à não ser em fotos antigas...

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Trânsito ou Tantos Carros

Passam tantos... tantos carros...
E o barulho é o prato do dia...
E vão acendendo mil e um cigarros
E vão perdendo aos poucos a alegria...

Que destino cada carro irá ter?
Onde cada destino vai prosseguir?
É o segundo que cada carro vai bater...
É cada viaduto que um dia vai cair...

Passam tantos... tantos carros...
Passam muitos e cada vez passam mais...
É o dia de muitos e muitos sarros
E algumas transas no banco de trás...

Que destino existe atrás de cada nome?
Quantos risos seguindo tantos dramas?
É um disfarce pra cada triste fome
Que vai tecendo os mais tristes dramas...

Passam tantos... tantos carros...
Os sinais são poemas com as suas cores...
E vão acendendo mil e um cigarros
E vão aos poucos mostrando suas dores...

Eu Não Sei

Eu não sei as razões que me trouxeram aqui
Nem sei se eu vim voando ou se apenas caí
Eu não sei se amei verdadeiramente de verdade
Ou apenas cometi ações de um autêntico covarde
Eu não sei se apenas observei coisas do mundo
E se perdi minh'alma para sempre num segundo
Eu não sei se meus olhos apenas me enganavam
Ou se eram as todas as coisas que apenas passavam
Eu não sei se os meus versos foram insuficientes
Ou se eram apenas os meus dias que foram doentes
Eu não sei se todas pessoas que vi eram ruins
Ou se todas as coisas possuem seus verdadeiros fins
Eu não sei se fui ou não o palhaço no picadeiro
E meu riso foi real e meu choro foi verdadeiro
Eu não sei se no ar frio e vadio bailaram as fadas
Ou se a história de minha vida seja feita de nadas
Eu não sei se devo contar todas as ondas do cais
Ou se espero até que o mundo tenha de vez a paz
Eu não sei se invado e roubo as rosas do jardim
Ou se apenas espero que brote uma rosa em mim
Eu não sei se espero que venha o final de festa
Ou se ainda acredito que algo bom ainda resta
Eu não sei se apenas escrevo se ainda há motivo
Ou no meio desses escombros respiro e vivo...

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dança dos Portões


Vamos dançar todos aos milhões
Acabou a festa fecharam os portões
Começou o medo abriram os porões
Acabou-se tudo até nossas razões
Agora são invernos não há verões
Não há mais partidos só há facções
E as estrelas só são apenas clarões
E os grandes homens somente anões
O gosto na boca é o de limões
A mesma história contada por gerações
De que há somente bondosos dragões
E que chegam certas todas as estações
São dignos todos aqueles brasões
Os países e suas inúmeras divisões
Os medos de gelar nossos corações
Só queremos obter nossos quinhões
E nessa história sermos os chefões
Não apenas uns meros chorões
Fomos finalmente vendidos em leilões
Sim! Sim! Acabamos sendo vilões
Cheios de nãos e cheios de senões
Nossa vida são apenas discussões
E quando muito tristes bordões
Há muitas quedas e poucas ascensões
Vamos dançar todos aos milhões
Acabou a festa fecharam os portões...

sábado, 20 de setembro de 2014

É Porque O Dia Nasce


É porque o dia nasce...
E a vida tira seu disfarce
E a luz mostrará suas dores
Porque acabaram os amores...

É porque o dia nasce...

E quem dera o tempo esperasse
E a vida não perdesse seus motivos
Para ainda estarmos vivos...

É porque o dia nasce...

E a noite mal escondeu sua face
E os pássaros saem voando
E nossas preocupações chegando...

É porque o dia nasce...

E era melhor se eu não amasse
Quem sabe quisesse eu cantar
E me desse vontade de acordar...

É porque o dia nasce...

E ser daqui é um grande enlace
Querendo ou querendo não
Sair aos poucos da escuridão...

É porque o dia nasce...

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Propaganda Enganosa

Todos os amores são para sempre
Nossos amigos os melhores do mundo
Há um lugar sob o sol para todos
Todos os governos são bons e justos
A guerra é necessária para o progresso
O consumismo é necessário para a vida
A moda é a mais verdadeira estética
A sociedade não possui nenhum preconceito
As famílias são o paraíso na terra
Nunca somos enganados pela mídia
Nenhuma notícia é manipulada
As massas possuem consciência de tudo
Só uma religião detêm toda a verdade
Se não nos preocuparmos não existem problemas
O importante é vencermos na vida
O dinheiro é a coisa mais importante
Se dar bem é o que vale a pena
Não existem regras para poder se vencer
O sentimento alheio deve ser desprezado
Eu sou o melhor sob todos os aspectos
Aos filhos só devemos coisas materiais
É responsabilidade do estado educá-los
Política não é assunto de nossa responsabilidade
Se estou bem nada mais me interessa
Nada de mal está acontecendo com o planeta
É só esperarmos que os males sociais acabarão
O descartável é melhor sob todos aspectos
Nada que vem da mente nos importa
Todos os amores são para sempre...

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O Dono do Tênis

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O dono do tênis andava calçado
O dono do tênis era muito malvado
E quando ele coçava o bolso
Era um maior alvoroço!

O dono do tênis tinha casa bonita

O dono do tênis só fazia fita
E quando começa nosso jogo
Já se sabia de onde vinha o fogo!

O dono do tênis sempre tinha razão

O dono do tênis tinha o trunfo na mão
E as tabelas já estavam feitas
Não levantando quaisquer suspeitas!

O dono do tênis não tinha pena

O dono do tênis tinha a alma pequena
E quando fazia o seu drama
Programando qualquer programa!

O dono do tênis possuía todo afinco

O dono do tênis no seu chá das cinco
Ele nos jogava suas migalhas
E era como em mil batalhas

O dono do tênis andava calçado

O dono do tênis era muito malvado...

Impossível Não Ir Carnavalando


Impossível não ir carnavalando...
Mesmo quando o choro queime a cara
Mesmo quando o vida puxe briga
Mesmo quando a luta seja muita...

Impossível não ir carnavalando...

Ainda que estejamos trancados no medo
Ainda que a noite teime em ficar
Ainda que o susto seja o prato do dia...

Impossível não ir carnavalando...

Até mesmo com as cartas todas marcadas
Até que ainda esta dia tem sua hora pra acabar
Até mesmo se já existe sono neste fim de festa...


Impossível não ir carnavalando...

Quando a morte vier não temeremos
Quando as pernas falharem não pararemos
Quando a fé acabar ainda acreditamos...

Impossível não ir carnavalando...

Mesmo que se repitam as mesmas brincadeiras
Mesmo que sejam ainda velhas máscaras
Mesmo que ainda falhem os velhos planos...

Impossível não ir carnavalando...

Ainda que tenha o mesmo gosto teu beijo
Ainda que o final infeliz seja previsto
Ainda que nosso intenção seja a quarta ou a quinta...

Impossível não ir carnavalando...

Até quando faltar a saliva na boca
Até quando nossa respiração estiver suspensa
Até mesmo se não sabermos de mais nada...

Impossível não ir carnavalando...

Quando o nosso castelos de cartas desabar
Quando a maré não mais se encher
Quando faltarem pares para nossa dança...

Mesmo assim...

Impossível não ir carnavalando...

Insaneana Brasileira Número 42 - Ainda Sá

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Ih. Nem quero me falar. A tronqueira fechou de pura quizila. Era nada. Só nós. E uns nós assim somenos. Uns nós feito uns nós de pura diversão. Tarjangodango. Dificela de mais nada. Era um perfume aperfumando uns ares balegos. Cospe no chão rela felada. Tudo nesse mundo tem seu papel. Mesmo que em trocado. Eu que tenha muita paciência. E mais máscaras do que se possa dizer. O Abaeté inteiro nos meus entrededos. Animais. Vegetais. Minerais. E cada um no cada um. Cadela de zona boeira. Cara de rata safada. Meta falida de cada um loucura exatinha como devia não ser. É Roma numa figurinha. O que era mui grande acabou de chorar. Mais do que um dango um tango. Olhos maiores pra não se ver mais nada. Orelha de pombo. Fago fago tisnado. É a cachoeira sem água. É matreta sua porra. Azaléia tatuada. Com flores espalhadas solerte. Não e não e não. Maricas e bobices encarnando o espírito do nosso tempo. A poeira sob o tapete. E a roupa quase que suja de volta no armário. Andejo de praga. Zurra mestra tangaceira. Sem estrangeirices viu? Parece beijo. E no final das contas por que não? Entendemos de zaia. Que nem ferro em brasa em obscenos serões. Fandengo de melengo. Eu quebro as regras queu quiser. Matuto semvergonho. É no estio que se vê a cabriolagem. Mamanguara seboso de neca. Estudemos a praça. E mais nada. Vendas à venda basbaque de tinho. As trevas nunca caem de onde estão. É ilusice matar o tempo. Nós que vamos de regalo em anda. Firmes que nem um cambaleio. Peguei tudo e joguei no chão. Cavalo e meio. E os cavaleiros na sofranja de um ilusório de meia pataca. Sem estudança não! Pra que se o mundo é água fervida e meia dúzia de sopros? Estarei estrelando os sonhos redondos. Todos os dias se assim o puder. Baque no baque. É rindo que se vai à rinha. Perfeto manema. Quando vamos ao doce? Assim que alguém apertar o botãozinho e saber do saquestro. Tudo que era cocre. Sem falança de invença por favor. É o naipe de todas as cartas. Todas de um tombo só. Zástrás. E as tetéias de luxo colando virilha. É o node! Vai quem pode! Quanto bode! Profana ação purinha de monte. Uai. Quem cai? Quem vai? Quem mai? Atrito atritando as feiras de todas as elembranças... Eu faço e faço o arroz. E sirvo momentos fritos na água. Não que eu tenha de falar mas cismo e lismo até aminhã. Renquetenque de atrivamento puro. Máquinas de guerra sombreando o tecno. Perdoe o bom jeito. Foi ontem na lavina. Eu crio o frio e o mio meu tio. À que vá somais meu Brás. Fizeram a inventança e a inventagem. Por que não ieu? Te arrenego Belzebu das cores coloridas. Quero nom. Sou a loucura insana e ponderada de qualquer um tamanho. Ah! Ah! Ah! Não há motivos pra se suspirar mas mete lenha. Salve cara-pálida! Salve pálida-cara! É tudinho estudado e certinho. Teteira madumba. Que estrago heim? E nem chovei pipocas e arminhos. Ói o perfume voltando. Agora enjoa até a alma. A coisa vai que longe. Ziquinha meu chá...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Antigas Modernidades


Nada mudou enquanto todos dormiam
São nuvens passando as coisas aconteciam
Nada alterou são ainda os dados viciados
É proibido falar ou ainda olhar pros lados
Os edifícios apontam na mesma direção
Estão apontados até onde não vai a mão
Mas nossos sonhos vão em qualquer lugar
E para que isso aconteça só basta sonhar
Eu fui menino com grandes olhos via as telas
Mas não há finais felizes como nas novelas...

Nada mudou enquanto as dores cresciam

São tempos mudando as coisas morriam
Nada aconteceu somos ainda os marcados
Para pagar por alguns inexistentes pecados
Os edifícios apontam na mesma direção
Só há duas respostas: o sim e o senão
Mas nossos sonhos vão em qualquer lugar
Até onde ainda nos falta qualquer ar
Eu fui menino com grandes olhos via as telas
E um dia pensei que eram as mais belas...

sábado, 13 de setembro de 2014

Tantas Bandeiras


Imagem relacionada
Tantas bandeiras
E nada mais...
Tantas maneiras
Nenhuma paz...
Tantas besteiras
E tanto faz...

São olhos molhados de todas idades
São sonhos abortados pelas cidades
Eu falo sempre nas mulheres chorando
São as carpideiras que vão trabalhando
Vão trabalhando e sempre por nós
São as únicas que podem soltar a voz!

Tantas bandeiras
Todas elas...
Tantas maneiras
Só balelas...
Tantas besteiras
Pelas janelas...

É a fome comendo a nossa dignidade
E o consumo que nos afasta a sanidade
Atrás de cada vitrine há um inimigo
Um plano mais infalível e mais antigo
Essa máquina possui muitas engrenagens
E como nos enganam estas paisagens!

Tantas bandeiras

Mais loucuras...
Tantas maneiras
Mais obscuras...
Tantas besteiras
Sem suas curas...

E um dia secarão até as suas raízes

E poderemos desta vez sermos felizes
Sintamos uma nova canção pelo ar
São todos os rios que vão dar no mar
Acabou de acabar todo nosso tédio
Finalmente descobrimos nosso remédio!

Tantas bandeiras

E nada mais...
Tantas maneiras
Nenhuma paz...
Tantas besteiras
E tanto faz...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O Vento do Ventilador


A paixão nunca foi amor
A ternura não tem ardor
O barco nunca foi o mar
O caminho não é o andar
Não vim e aqui estou
Vendaval nunca foi ventilador...

A rudeza nunca foi maldade

A solidão não era a cidade
O beijo nem sempre é começo
Nem todo tiro tem endereço
Nunca fui e ainda sou
Vendaval nunca foi ventilador...

O medo nem sempre derrota

Nem sempre a semente brota
Voam os mais pesados que o ar
Ninguém eternamente vai reinar
Amei e ninguém me amou
Vendaval nunca foi ventilador...

Coragem nem sempre é heroísmo

Falsidade nem sempre é cinismo
Nem toda onda que vai volta
Nem sempre rebeldia é revolta
Foi tempo e o tempo tudo levou
Vendaval nunca foi ventilador...

A razão nem sempre é a palavra

E a palavra nem sempre é escrava
Vamos embora no mesmo lugar
O rir do rir pode ser até chorar
Fiquei no chão e a alma voou
Vendaval nunca foi ventilador...

domingo, 7 de setembro de 2014

Um Leve Rubor Em Tuas Faces

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A vida às vezes traz lembranças inesquecíveis
E tudo se resume em gestos simples e ternos
Era um jardim tão lindo e um doce tão bom
E a novidade do brinquedo novo tão desejado
Era um beijo dado de repente em teu rosto 
Fazendo o coração acelerar numa boba corrida
Eu ainda acredito em velhas e noturnas assombrações
E em noites escuras de muito vento e muita chuva
Eu sei que faltou certa ternura e fui um dia rude
Mas é que as mãos que colhem flores para teus cabelos
Também servem para enterrar os nossos mortos
Perdão se gaguejei na hora do discurso e suei frio
É que às vezes até a felicidade pode doer e dói
Agora a roupa é nova mas o corpo já envelheceu
E o caminho tem menos pedras mas os pés pararam
Não não eu nunca reclamei da tua partida
É nossa escolha própria dos abismos que saltamos
Apesar de meus olhos doerem de contido choro
Quantas vezes bati em tua porta e ela não se abriu?
Devias estar dormindo um sono de mil sonhos
E sonhos nunca devem ser incomodados
O pássaro ainda vive mesmo dentro da gaiola
E a há um sol morno lá fora como qualquer sol bom
Eu sou o cacique cheio de penas daquele carnaval
E o palhaço que se vestiu todo de vermelho
O mágico sem cartola que faz aparecerem palavras
E as palavras podem ser mágicas sempre e sempre
Tudo dá certo mesmo quando dá errado
A cartilha já tinha sua lição do dia marcada
Esperemos então algumas novidades amigas
E quem sabe se não apenas sonhei quando do beijo
Vi um leve rubor em tuas faces...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Insaneana Brasileira Número 41 - Fiz Favela

Fiz favela. Em anos apagados e estreito espaço. E eu não queria mais é pensar. É fato. É foto. E não pintou nenhum clima por aí. Era tortuosos e sinuosos caminhos que machucavam o pé. Palavras erradas e sem sentido alumiavam uma noite quase que escura em mim. Não posso falar muito. As palavras são pequenas mas engasgam. E a garganta dói como em dias de tombo. Sou eu aqui. O mesmo que cantou uma canção desconhecida e sem sentido. Mas que durante marca gregos e profanos. Eu quis fazer várias combinações mágicas e falharam todas. Não é assim mesmo. Só que acontece. Rumemos para a lua em ocasiões mais propícias. Aqui estamos novamente como sempre. Tipo até trapos velhos se assim precisar. O cheiro de antigo em trancadas gavetas e nenhuma emoção no olhar. Não tentem decifrar enigmas - eles ferem. E muitas pragas acabam saindo sem querer. Porque erramos em letras essenciais e bons óleos aromáticos. Eu quero paz. E menos tiros zumbindo pelos ares mesmo que invisíveis. Salvador Dali teve um pesadelo e teceu novas redes logo que acordou. Não vou citar nomes. Nunca! Mesmo porque os esqueci... Há um cheiro constante de cigarro em minha boca. E a cara da maldade que na verdade não tenho. Eu sou o que sou. E algumas frases feitas acabam dando certo. Há várias lâmpadas apagadas e pirilampos de folga. Eu nunca fiz um verso. Todos eles é que me fizeram. Ainda não fui embora porque o poema não acabou. Não rodem ao redor da roda. Há muitas mortes nunca anunciadas que acontecem. E antes persistirem escritos no chão. O ar falta às vezes e nós nunca o vimos antes de sua tentativa de nos matar. Caso contrário somos nós os assassinos. Bela imagem ridícula. É a pintura barata e a parede só no tijolo e o beijo escondido delas duas o começo de todo enredo. Mandem novos fogos pelo ar. Sem comemorações. É solitária a vida de qualquer um vivente. E pena que podia e nunca aconteceu. É o elixir na mão do mago. E não deixa de ser venenoso se assim o quiser... 

A Poesia


A poesia era um anjo que perdeu as asas
Mas não perdeu a vontade de querer voar
Era um carnaval que vinha todos os anos
Mas que eu perdi minha vontade de cantar

A poesia era a louca que gritava na torre

E surtava pelas noites em que havia luar
Era o caminho que não dava em nada
Mas eu ainda tinha que muito caminhar

A poesia era o mar era o barco e o porto

Mesmo que eu fosse ainda naufragar
Era a homenagem que eu fazia ao morto

Um menino que morreu há tantos anos

Um menino triste com seu olhar torto
Que viu morrerem sonhos e planos...

Corações e Dentes


Os dentes comem os corações
Os corações são comidos pelos dentes
Vamos matar as nossas emoções
Vamos enterrar os nossos parentes
Nos céus sobem mais lindos balões
Aqui embaixo é tudo muito diferente
Vamos perder nossas reais razões
Vamos morrer mais que calmamente
Sob a luz do sol há muitas aparições
E sob a minha carne uma alma doente
Somos videntes de antigas visões
Sem saber o que vem aí na frente
E eu me entristeci com muitos senões
No meu olhar ainda adolescente

Os dentes comem as emoções

As emoções são comidas pelos dentes
Vamos matar todas estas estações
Vamos ser um pouco menos doentes
Nos véus se escondem nova estações
Aqui embaixo é tudo muito reticente
Vamos perder nossas reais paixões
Vamos morrer mais que docemente
Sob a luz do sol há muitas explosões
E sob a minha pele uma alma indecente
Somos dementes de antigas lições
Sem saber o que vem aí na frente
E eu me enlouqueci com tantos sermões
No meu respirar ainda sobrevivente

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Não Tenho Tempo


Não tenho tempo...
Meu tempo é de alcançar metas vadias
Encher a mente com idéias vazias
Ser mais um servo do nada
Olhos fechados e boca calada!

Não tenho tempo...

Meu tempo é de alcançar aquela fumaça
É de fazer parte dessa trapaça
Sou humano e espero o fim
Vote em mim! Vote em mim!

Não tenho tempo...

Meu tempo é de ser apenas um tolo
De fazer qualquer crime com dolo
Ser mais um perdido na multidão
Não tenho mais nem coração!

Não tenho tempo...

Meu tempo é de apenas me cansar
Eu sufoco está me faltando o ar
Falta até tempo de me divertir
Eu nem sei onde podemos ir!

Não tenho tempo...

Meu tempo é de aprender coisas banais
E compartilhar conceitos mais boçais
Esta é a minha vão filosofia
De ser apenas o covarde do dia!

Não tenho tempo...

Meu tempo é de tentar viver a vida
Numa tentativa de fechar a ferida
Esta é a apenas a minha meta
Minha vontade mais secreta!

Não tenho tempo...

Imagens do Cão


Viva as leis que não possuem leis
Viva toda a maldade humana
Eis que não possuímos mais reis
E nossa sanidade é a mais insana!

Viva todo o nosso sexo desenfreado

Nossa falta de moral quase cotidiana
Eis o plano infalível que deu errado
Nossa alegria de um fim de semana!

Viva toda o discurso de gagueira

Viva os biquínis de Copacabana
Cada um errando à sua maneira
Estamos numa república de banana!

Viva tudo o que vale que viva

Viva o que o que ainda vale vivana
E o que ainda viva o que vaiaraviva
O que Kauã vai quarila amanhã

Viva tudo que vai no sonho que se dorme

Vai todo mundo mesmo tomar no cu
Não adianta nenhuma outra dor enorme
Quem volteia no ar é o urubu

Viva o que acontece o que acontece

Eu sou o que acontece em qualquer treta
É tudo aquilo o que a aranha tece
Vamos nos importar com qualquer uma careta

Viva o que vira Viva o que vira!

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...