Caem as tuas paredes
Na sucessão de noites e dias
Temos medos das redes
Carregamos a nossa covardia
Teus sonhos foram desfeitos
E a minha alma é vazia
O que antes foi perfeito
Hoje é apenas sombra fria
São pilhas e pilhas de lixo
E a nossa própria hipocrisia
Somos menos que os bichos
Nessa nossa vil apatia
Está caindo teu concreto
Só importa nossas dores
Não conhecemos afeto
Não enxergamos à cores
Só enfrentamos as lutas
Se formos nós os atores
Duma vida filho-da-puta
Do nosso circo de horrores
Não há afeto nem há amigo
Mas somos nós os moradores
Mas bato no peito e digo
Fomos nós os causadores
Durma aí bem sossegado
Bom e honrado cidadão
Tenha seu destino marcado
De glória sem compaixão
Vença logo essa corrida
Que nos leva à escuridão
Porque o que se chama de vida
É uma rota de colisão
Bata de cara naquele muro
Que se chama de extinção
E no final de um túnel escuro
Não haverá mais perdão...
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