Não se dorme por qualquer coisa. Motivos maus ou motivos bons são apenas motivos nesse intricado quebra-cabeças. Não me leve a mal. É que a solidão teceu suas teias de forma paciente e cruel. E o tempo acabou de acabar. Inúteis foram os passos. E tudo foi inútil forma. Não peça perdão nem me perdoe. Cada um guardará acertos e pecados até sei lá quando. Os dias se passaram? Não há dó sobre isso. Foram apenas dias. E quando o enigma for descoberto será tarde demais. É questão de segundos e a vida se perdeu em qualquer curva. Os cigarros queimam como palitos de incenso oferendados para um novo deus. Foi faz muito tempo. Em noites intermináveis com bacurau. Mosquitos zunindo em interminável calor. Foi ontem. Foi hoje e é. Os olhos não fecham com medo da escuridão e com ansiedade de novos passeios que não existirão mais. Não há mais dúvidas. Somente certezas incertas que roem as pedras e desbotam as tintas. Roem pedras com sonoros dentes. E desbotam tintas com mágicos olhares. Talvez em outras e altas doses nos embriaguemos e não passe disso. É tudo questão de estratégia. Contar carneirinhos e ver as luzes acendendo ao mundo. Não há asas nem porcos. Apenas falsos alarmes de quem esbarrou no botão. Muitos cafés escorrem gargantas abaixo e cinzeiros são novas necrópoles de um modernismo mal acabado. Latas de sardinha também servem ou pontos de exclamação. Eu sou um homem à frente de seu tempo e por isso eu não o vi. Está tudo acabado sem ter começado. A mágoa foi de um aborto sincero e não de uma vida falsamente feliz. Se não fosse pela lua cheia eu seria um felino entre outros tantos. E tais senhores dormem em alguma hora. Todos os avatares estão chegando. Atrasados e sem mensagens amassadas em seus bolsos. É hora do vinho e do vinagre em semelhantes circunstâncias. Façamos os cálculos novamente. Nem dormimos...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Teoria da Insônia
Não se dorme por qualquer coisa. Motivos maus ou motivos bons são apenas motivos nesse intricado quebra-cabeças. Não me leve a mal. É que a solidão teceu suas teias de forma paciente e cruel. E o tempo acabou de acabar. Inúteis foram os passos. E tudo foi inútil forma. Não peça perdão nem me perdoe. Cada um guardará acertos e pecados até sei lá quando. Os dias se passaram? Não há dó sobre isso. Foram apenas dias. E quando o enigma for descoberto será tarde demais. É questão de segundos e a vida se perdeu em qualquer curva. Os cigarros queimam como palitos de incenso oferendados para um novo deus. Foi faz muito tempo. Em noites intermináveis com bacurau. Mosquitos zunindo em interminável calor. Foi ontem. Foi hoje e é. Os olhos não fecham com medo da escuridão e com ansiedade de novos passeios que não existirão mais. Não há mais dúvidas. Somente certezas incertas que roem as pedras e desbotam as tintas. Roem pedras com sonoros dentes. E desbotam tintas com mágicos olhares. Talvez em outras e altas doses nos embriaguemos e não passe disso. É tudo questão de estratégia. Contar carneirinhos e ver as luzes acendendo ao mundo. Não há asas nem porcos. Apenas falsos alarmes de quem esbarrou no botão. Muitos cafés escorrem gargantas abaixo e cinzeiros são novas necrópoles de um modernismo mal acabado. Latas de sardinha também servem ou pontos de exclamação. Eu sou um homem à frente de seu tempo e por isso eu não o vi. Está tudo acabado sem ter começado. A mágoa foi de um aborto sincero e não de uma vida falsamente feliz. Se não fosse pela lua cheia eu seria um felino entre outros tantos. E tais senhores dormem em alguma hora. Todos os avatares estão chegando. Atrasados e sem mensagens amassadas em seus bolsos. É hora do vinho e do vinagre em semelhantes circunstâncias. Façamos os cálculos novamente. Nem dormimos...
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