domingo, 9 de junho de 2013

Estado de Sítio


Mamãe eu vi coisas incríveis
Eram más eram possíveis
Coisas que não se deve dizer o nome
Era a guerra e era fome
Era o homem engolindo o homem

Eu queria chorar não podia

Não era noite não era dia
Era um tempo feio e malvado
Cada qual com o seu lado
Era certo e era errado

Era como um pesadelo

Não tinha choro não era apelo
Ou se acordava de vez
Ou se esperava o fim de mês
Ou tanto faz tanto fez

Haviam duplos sentidos

Ou à mostra ou escondidos
Da morte feita em massa
Como toda a trapaça
Que tudo fere e ultrapassa

Foi tudo debaixo do nariz

Pobre do meu país
Mas tinha a partida final
Funk pagode e carnaval
O morto sentia menos mal

Mamãe eu vi coisas incríveis

Mas todos estavam impassíveis
Coisas que estavam brotando
Num chão agora agonizando
Eu gritando e eu chorando!

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Poesia Gráfica LXXXVI

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