Para meus magros dentes
Se tiver algo pra colocar
Dentro está mais que ótimo
Essa cidade é apenas um crematório
Piorado ou melhorado
(O freguês pode escolher)
Sou livre para me foder à vontade
Interpretando mal os sonhos
Ou dando palpites errados
Diminuam todas as fitas
A minha fantasia é só um luto
Que cismou de usar outra cor
O ventilador do meu quarto
Está coberto de poeira
E muitos objetos de igual forma
O rato não roeu porra nenhuma
E eu não fui mais em algum toque
Encher minha cara de cerveja
Há mais mortes pelas enfermarias
Pobres coveiros nem descansam
Eu usei muitas capas de toalha
Mas nunca fui um Super-Homem...
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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