Absorção de cervejas importadas
E overdoses bem arrumadas
Chegou a nova garçonete
Debochadamente masca chiclete
Enquanto olhos esbugalhados
Voam mais que preocupados
Invento um demônio a cada dia
Para nossa alegria
A ponte a fonte
A desnecessidade de pelos pubianos
O pesadelo disfarçado de todos os anos
O crystal agora enferruja
Já dizia a dita cuja
A nova droga da moda
Não é mão é dedo na roda
Lesmas e café da manhã
Toda vida é apenas vã
A fonte a ponte
Um anel cheio de dedos
Eu sei cultivar meus medos
A morte passeia em Copacabana
Com seu banquete de carne humana
Enquanto lá em cima no Vidigal
Escutei cantar um bacurau
O profeta tropeçou e caiu de boca
Entre os seios da nova louca
A ponte a fonte
O programa custa cem pratas
Com direito a impressões primatas
Encha o copo pelo meio
Tem algum bonito que é feio
Amanhã é um dia que não haverá
Que me diga a voz que não falará
O fósforo acendeu por si mesmo
Enquanto vou atirando a esmo
A fonte a ponte
Ninguém ficou ferido
Todos morreram...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário