quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

A Fonte A Ponte

 

A fonte a ponte

Absorção de cervejas importadas

E overdoses bem arrumadas

Chegou a  nova garçonete

Debochadamente masca chiclete

Enquanto olhos esbugalhados

Voam mais que preocupados

Invento um demônio a cada dia

Para nossa alegria


A ponte a fonte

A desnecessidade de pelos pubianos

O pesadelo disfarçado de todos os anos

O crystal agora enferruja

Já dizia a dita cuja

A nova droga da moda

Não é mão é dedo na roda

Lesmas e café da manhã

Toda vida é apenas vã


A fonte a ponte

Um anel cheio de dedos

Eu sei cultivar meus medos

A morte passeia em Copacabana

Com seu banquete de carne humana

Enquanto lá em cima no Vidigal

Escutei cantar um bacurau

O profeta tropeçou e caiu de boca

Entre os seios da nova louca


A ponte a fonte

O programa custa cem pratas

Com direito a impressões primatas

Encha o copo pelo meio

Tem algum bonito que é feio

Amanhã é um dia que não haverá

Que me diga a voz que não falará

O fósforo acendeu por si mesmo

Enquanto vou atirando a esmo


A fonte a ponte

Ninguém ficou ferido

Todos morreram...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...