quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Aquela

Aponto o dedo

Como quem dispara uma flecha

E o ar é meu cúmplice...

Olho disfarçando

Em milhares de anos assim será

Até a fogueira extinguir...

Faço mil planos

E a falha agora pouco importa

Eu apenas tentei...

Fecho os olhos

E a escuridão mais costumeira

Me levará embora...

Jogo a pedra

E ela cairá no fundo do poço

E não mais voltará...

Enxergo o sonho

Uma miragem neste deserto

Morrerei de sede...

Queima em mim

A fogueira que já se apagou

Culpado foi tempo...

Tento até desmaiar

Para não olhar mais nada

Mas isso é em vão...

Continuo palhaço

Sem saber fazer piruetas

Só restando chorar...

A maldade dos olhos

Arquitetam sua beleza cruel

E eu vou sofrendo...

Foi aquela... Aquela ali...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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