Aponto o dedo
Como quem dispara uma flecha
E o ar é meu cúmplice...
Olho disfarçando
Em milhares de anos assim será
Até a fogueira extinguir...
Faço mil planos
E a falha agora pouco importa
Eu apenas tentei...
Fecho os olhos
E a escuridão mais costumeira
Me levará embora...
Jogo a pedra
E ela cairá no fundo do poço
E não mais voltará...
Enxergo o sonho
Uma miragem neste deserto
Morrerei de sede...
Queima em mim
A fogueira que já se apagou
Culpado foi tempo...
Tento até desmaiar
Para não olhar mais nada
Mas isso é em vão...
Continuo palhaço
Sem saber fazer piruetas
Só restando chorar...
A maldade dos olhos
Arquitetam sua beleza cruel
E eu vou sofrendo...
Foi aquela... Aquela ali...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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