E a imagem cai de cima do andor
Rumo ao chão e ninguém nota...
E o tombo trouxe algum ardor
Mas é essa a nossa rota...
O revolucionário exibe sua revolução
Para poder encher sua conta...
O cara vai comer merda na televisão
Se ganhar aquela sua ponta...
Camisetas com slogans falhos...
Quem somos nós? Os espantalhos!
O cidadão cospe na cara do pedinte
E pela multidão é aplaudido...
É a mais nova exibição de requinte
Foder mais o que está fodido...
Eu danço infeliz nas poças de lama
No meu egoísmo torpe e barato...
Quanto custa esse teu programa?
Vamos brincar de gato e rato...
Notícias falando do desastre...
E do medo antes que alastre!
Eu tenho que comer o que não quero
Eu tenho que trepar com quem pago...
Tudo aquilo que sempre espero
É como um silêncio incontido e vago...
O corpo estirado por sobre o asfalto
A viatura foi que passou por cima...
Não existe mais nenhum sobressalto
O demônio tem nossa estima...
Nossos deuses estão quebrados...
Agora temos pedaços pra todos lados!
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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