terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Cerejas, Pombos e Ardis

Como todo bom louco lembro daquilo que posso, o que não posso virou apenas mais uma marca que passa desapercebida no mercadinho da esquina. Muitos véus, mais nenhuma Isis, eis a nova artimanha impetrada pelos malvados de plantão. 

O sorriso bonito da menina da rede social esconde tanta tristeza. E a masculinidade do nóia de plantão esconde o riso de deboche de qualquer um. O grande lutador finalmente foi na lona...

Batam palmas! Batam palmas! Até que as mãos doam e os dedos inchados fiquem... 

Eu ontem fui em desespero para a praça: queria treinar com os pombos mais alguns voos. Honestamente estou com saudades das nuvens e ver as casas daqui pelo alto é um exercício até bem agradável. Sobrevoar o mar também é uma opção...

Manu, eu quero tu! Entre rosas e violetas de algum deboche que achei naquela pracinha perto da tua casa. Estava perseguindo borboletas, até que te encontrei...

Enfadado fado este. Guardar milhares de rostos até que todos eles sumam para nunca mais!

Nem os vidros coloridos me restaram mais... Muito menos aqueles doces de calçada, fórmulas mágicas na mão da velha tia em tempos que se faziam em séculos. Estou aqui e nem sei mais o porquê...

O menino brinca atentamente com o mesmo brinquedo que antes. Agora meu rosto é mais forte que todas as malvadas ventanias que despetalam algumas distraídas rosas. Toda perfeição é um espelho que acabará quebrando. Certamente veremos isso!

Esta boca não é de cereja, mas gostaria de mordê-la assim mesmo. Eu ainda sou o gato que espreita os pombos dos sonhos...

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