Eu acredito nas minhas dúvidas como um santo que comete seus pecados e com um assassino que vai ao patíbulo com muita tranquilidade, muitas águas já correram diante meus olhos, mas não sei quantas mais poderão correr. Só sei que espero...
Espero uma felicidade que teima não vir, tão teimosa, mas não teimosa como a minha teimosia. Eu gritei pelas madrugadas para os cães latirem e os insones tomarem algum susto. Tropecei pelos caminhos mais perigosos como se fosse uma piada todo e qualquer perigo...
Qualquer perigo é bem menor que os abismos que eu mesmo criei, eram escolhas erradas e muito sincera. O destino se incumbe de nos reger como marionetes na mão de um menino, mas quase sempre esse menino é assim, malvado e no final quebra todos os seus brinquedos...
Somos brinquedos e as nossas necessidades nos forçam a dançar interminavelmente, sobretudo quando não queremos. Um dança de São Guido para cada um de nós, uma dança sem graça, sem fundo musical, e ainda, sem algum motivo...
Qual motivo que temos para alguma coisa? Tudo incomoda, mas não percebemos o antes e o depois, mas é pura matemática. A água que mata a sede acaba nos afogando; o ar que nos mataria por falta, acaba nos matando por excesso; o desejo saciado mais de uma vez, acaba nos enjoando...
Enjoando estamos, enjoando ficamos, até que uma outra vontade tome o seu lugar. Minha cabeça dói com frequência, meus olhos lacrimejam mais por hábito do que por motivo, minhas mãos se calam de medo, meus instintos de sobrevivência acabam me traindo. Grandes bombas são atiradas de impossíveis céus...
Impossíveis céus que um dia pensei que iria, mas que duvido hoje, mais do que nunca que um dia irei. Também não serei convidado para descer aos suplícios eternos, já conheci equivalências que os meus dias acabaram me mostrando...
Me mostrando até demais...
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