sábado, 7 de agosto de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome N° 109

 

Olho as mãos 

pensando naquilo que fizeram

boas e más ações

que humano fiz...

Olho os pés

e tantos os caminhos que foram

às vezes chegaram

e outras não...

Só não olhos meus olhos

(evito os espelhos)

testemunhas vivos

dessa minha tristeza...


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O que procuro?

Brancas nuvens com o cinza já desaparecido

Em que possa dormir tranquilamente

Onde nada me atrapalhe como sempre

E amanhã consiga até sorrir...


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Talvez consiga, talvez não,

dar uma senhora rasteira no tempo

e trazer alguns sonhos de volta

(alguns vivos e não tão longe)

aos que morreram prometo 

alguns mais belos epitáfios

e seguir em paz adiante...


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É uma grande farsa, isso sim,

dizer que o amor 

acaba fechando todas as feridas

é mentira, é mentiras,

existem amores tão descuidados

que acabam abrindo muitas outras...


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Eu nunca serei o maior

não me preocupo com isso

se um dia me preocupei

já até esqueci...

Eu só quero ir

sobre a garupa das palavras

para reinos bem distantes daqui...


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A poesia é bem viva

bem mais viva do que eu

Os versos quando choram

numa hora seu choro cessa

Enquanto meu nunca cessa

mesmo quando finjo sorrir...


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Muitas cenas, muitas delas,

da improbabilidade de meias e óculos,

tudo roda e rodopia,

opostas e apostas ao mesmo instante,

diferença num quase lilás,

o fogo caiu no chão e se quebrou,

estado da matéria espiritual,

não mais recorto e nem mais recordo,

a dor é assintomática,

o suicida segurou forte na vida,

alguns estigmas foram então embora,

muitas cenas, poucas delas...


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Num baú guardo minhas tristezas

Enquanto muitos nada notam

O choro é apenas individual

As lembranças são nossas cicatrizes

Não conhecem outras almas

Riam enquanto choro nessa caverna

Que construí em meu peito


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