Rosas feitas de ar com esmerado capricho
Estrelas caídas aos montes em solene liquidação
Eu vi a morte batendo na porta diariamente
E indo embora irritada e sem poder me levar
Não sei até quando, mas um dia descobrirei
E aí sim, galoparei entre as nuvens rapidamente
Como talvez tenha querido e esquecido...
Traços mágicos em minhas pobres carnes
Coincidências infelizes ou nem tanto assim
O metal da lâmina acabou brilhando ao sol
E uma febre inusitada tomou conta de mim
Não quero perguntar mais pergunta alguma
Tenho medo de qualquer resposta boa ou ruim
Os opostos são pontos de vista descuidados ou não...
O velho mirou o espelho quase desconsolado
Antes mesmo que gargalhasse feito um demente
Enquanto o lobo que ele também era
Saísse pela noite procurando luas cheias
Para poder exercer seu mais nobre ofício
Esse lobo dispensou todas as suas presas
Pois deitará calmamente em sua furna...
Gotas de sangue em minha coroa de espinhos
O sono pesando todos os possíveis olhos
Alguma hora a fogueira apagada estará
Enquanto todo som será assim cessado
Mais uma história triste será esquecida
As andorinhas procurarão outros céus
E até os epitáfios serão apagados pelos ventos...
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