quinta-feira, 26 de março de 2015

Insaneana Brasileira Número 69 - Gritos de Nossa Boa

Ah cramunhão cego de um rego só. Dá vontade de te esgainar por toda essa traquinice malfeita da porra. Dá vontade de te atazanar até cair teus dentes dessa boca mardita. Quem disse que tal brinquedo é coisa de fuças? Brincar com as coisas do coração dos outros é maleita. Fazer certas coisas com o povo parece ser normal. Mas só um ruim é marvado. Sonho é pra ser sonhado. Não importa quem seja. O menino da esquina ou o barão no bem-bão. Ara é disso que eu tou falando. Sonho bonito daqueles que faz gosto. Um passarim lá em cima avuando. Um balão cheio de cor na noite estreladinha. Um barco indo pras terras novas. Um sopro de vida num coração já astragado. Uma mesa cheinha de bóia pro povo comer. Facim de alegrar quem sabe viver. Não compriquemos mais do que já é. Já basta de filosofança na hora do vamover. Os motivos? Ah que se lasquem. É só ser bom e isso que importa. O resto é parecença e isso só. Chega de chiqueza. Um paninho já cobre tudo. O fininho cobre a cara do falecido na hora de carpiderá. Ô seu moço! Compra aí pra me ajudar... Só um docinho. Só uma esperança de tempo melhor. De viver sem coquetes e sem plantas daninhas. Porque ansim os homens o são. Cada um querendo quebrar o brinquedo do do lado. Mas nem dá. Os livros tão cheias de letra. Do que adianta? Os gabinetes cheios de fanfarros e malditos. Cheios de bundas grandes e miolo miudinho. Nada se faz sem calos nas mãos e estrada nos pés. Vejam eu que corri o mundo até a última página. Só falta um taquinho assim de dias. Mas cada um que seja de bom. Nada é diferente. Parecença é um engano fulejo. Os olhos são o enganejo das vistas. Alegria dá onde tá. Um carocinho assim se alastra bem bom. Uma fogueirinha de folha e papel já faz brilhança na noite. E esquenta a alma. Como esquenta! Um ditadinho nos ouvidos e caramba quanta engraçadice fez bem. Nem complicado é. Só de susto vive a televisão. Nova novidade velha quem nem sombrancelha. Sempre esteve lá matrengo de ruma! Sempre esteve cá zaroiudo de menga! A tremulice das mãos não impede o regalo. E um mapinha de linhas vai se formando. Esquenta bem e bom. E isso ainda tem de sobra. Ah! Se tem meu cumpadre de rua. Ah! Se tem minha cumadre de rosa de quintal. Às vezes eu olho e me entristeço com as coisas malfeitas dessa terra. Mas que pagam pagam. Um dia mais cedo ou mais tarde. Vagamanhos sarnentos filhos do desperdício do sal do batismo um dia acaba essa tronha toda. Fuliscos de uma daneira porca. O burrico também escoiceia e muito. Acabou a canga ô meleca! Um dia vão dizer isso sem jornal porque até lá acabou as marmotas desses também. Aqui ó! Pra tu filho das unhas sujas! Me espera...

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