É tudo embolado mesmo. E os pedestres passando apressados para lugar nenhum. Eu canto meus dias de encanto na alça de mira do nada. E o atirador aperta os olhos e morde a língua e capricha no tiro. É o comercial da nova novidade. O mais novo desenho animado que não fala nada. E a novela polêmica que perverte toda ordem estabelecida. Eu faço contas com as contas do meu rosário. E no silêncio da madrugada satisfaço meus desejos imanifestos e mais lúbricos possíveis. Não há perdão para marcadas cartas. Não embalemos os bois com doces histórias. O matadouro está logo ali. Sem coincidências. De coincidência já basta a vida. Com seus contrastes vergonhosos. Turvas águas e contos mal contados. Há vales sem sol e sóis sem eiras e nem beiras. Discursos calados e bons cantadores. Os invasores estão chegando. Os ingleses estão chegando para os chás da cinco. E os alquimistas dos calçadões e mercados populares. A voz do povo é a voz do diabo condenando os mais inocentes. Porque queremos tudo em seu devido lugar. Até o que não existe. Fantasias. Fantasias que dão medo em suas máscaras. É hora dos lobos. Principalmente dos bons lobos. O alvo é o prato cheio e o peito agora vazio. Eu desperdiço mesmo as palavras em mancheias. E todas as estrelas que eu posso gastar. Nada nos olhos porém. É muita poeira por aí. E célebres cortes que doem demais. Eu nunca tentei ser o que sou. Mas o que não sou incontáveis vezes. Porque complicado nunca sou. Porque complicado sempre estou. Nos vinte e cinquenta anos que matei à mim mesmo sem pena alguma. Como é doce esse amargo. E quantas fantasias posso fazer de desilusões mais rudes. E eu me arrependo de todas as coisas que não pude fazer. Passar ridículo é mais do que normal e como dói. O comediante só fala sério e nem sabe onde andam seus risos. Só sabe repetir suas anedotas grotescas de fim previsível. Que pela sua solenidade poderiam fazer até chorar. É o encanto do repente. São os ingredientes duma massa filosofal. Não queiramos novas fogueiras. As velhas ainda estão acesas mesmo com o português mais que arcaico. E toda tecnologia não vence o jabuti na corrida. O mestre nem sabe como começa a lição. Eternamente eternos em nossos erros bons de se ver. Agora é a hora de acordamos mesmo sem saber que dormimos...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...
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O caminho que vai dar no mar. Consequências de tudo o que pode acontecer. E lá estão barcos e velas incontáveis. E amores em cada porto ...
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Não sabemos onde vamos parar Mas qualquer lugar é lugar Quantos pingos nos is temos que colocar Quantos amores temos que amar Quantos ...
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