Quando muito choram pelas inovações
Pelas novas roupas das velhas estações
E um medo incontrolável de se viver...
Todos gritam e nem sabem quando parar
É a nossa nova teoria mais tecnológica
A mais nova e grave gafe escatológica
São os amuletos que teremos que cultuar...
Como animais vamos seguindo em bando
Alguém correu então iremos todos correr
Alguém assinou a sentença iremos escrever
E vamos repetindo o que estão falando...
São os carnavais que a nossa mídia inventa
São as promessas que já foram quebradas
São todos os meninos que choram por nada
Um novo Leviatã que veio e se alimenta...
É uma nova cor que antes nunca foi vista
O caixa eletrônico não faz mais o saque
Aquele mágico não se chama mais Mandrake
E nós acabamos na capa de uma revista...
Ouçam-me se puderem meus caros senhores
Sempre pensamos que sabemos o que é vida
Mas nem sabemos onde nós temos a ferida
Somos os doentes e não somos os doutores...
E esse que vos fala já está pra lá de farto
De ser a diária vítima de mais um furto
Deixem-me sossegado antes do meu surto
Pois que já chorei na hora do meu parto...
Todos choram e nem sabem porquê
Quando muito choram pelas inovações
Pelas novas roupas das velhas estações
E um medo incontrolável de se viver...
Nenhum comentário:
Postar um comentário