Faremos a vida em três atos
E depois de algumas palmas
Que a morte feche as cortinas
Foi sem ter nenhum verso
Que a cara foi pintada
E o choro foi forçado
Onde foi você? Em que nuvens?
Era um dia branco entre outros
E até pensei que era feliz
Passará tanto tempo e não passará
Os reflexos mais luminosos
Que poeira da rua levantou
Foi sem ter nenhum verso
E os meninos do coro ainda cantam
Hinos celestes mais improváveis
É mudo o grito que sobe ao alto
E as plantas decoram seu texto
Falando de imbecilidades e teorias
O frio está em todos os calores
E num caldeirão apagado
Jazem os feitiços que não deram certo
A cara pintada até trouxe ventos
E gostos exóticos fora do comum
Mas nem sempre é como é
O meu mundo em eternos labirintos
Nunca irá desabar por enquanto
Pois está em mais escuras cavernas
Você me trouxe à tona
Como o mais humano dos Leviatãs
E agora não está me querendo mais
As calçadas não são minhas
Apesar de nelas sempre sentar
Mas as ruas são sem dúvida
Quando haverão novos dias?
Nenhum sábio almanaque o sabe
E se tivesse ninguém o leria
Nossas marcas ainda falarão
Mas só a minha reclamará sempre
Porque é a de um coração ferido
Palmas meus senhores palmas!
Agora a morte é outra
Nesta mesma Plaza de Toros!
Como diz Bertold Brecht “a vida um grande teatro, infelizmente com péssimos atores” e a rua o tablado desse palco social, determinante e surreal... sentemos a calçada amigo, e separemos o bizarro do trigo
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