quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Dualismo


A eterna dança de bem e mal
A esperança às escuras
E as frutas maduras
Caindo no chão do quintal

A casa que um dia cai

Foram tetos e foram paredes
Foram eternas redes
Sem ter sequer um ai

A justiça só para pobres

O luto para quem está vivo
É viver sem ter um motivo
Enquanto se cata os cobres

No estado que tudo anda

Meus pesadelos que ainda ferem
As dores que as carnes preferem
Tudo roda que nem ciranda

Vamos esquecer das contas agora

O que tem que ser assim será
Que venha de novo o ar
Que ainda respiramos lá fora

Não entendo de quase nada

Porém aprendi um pouco de tudo
São dedos frágeis de veludo
Que fazem a nova estrada

As Graças não têm mais graça

Versos bons para serem esquecidos
São outros nossos gemidos
Escondidos em qualquer praça

Na caça não há mais caçadores

Está na mira qualquer cabeça
É vital que o monstro cresça
E destrua todos os amores

Os cordeiros correm ao abismo

A sensação de vazio entorpece
E então fazemos uma nova prece
Como se fosse um malabarismo

Eu quero e todavia não quero

Eu posso mas contudo não posso
Estou vivo e só tenho ossos
Desesperado eu só espero...

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