sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Academia de Mortos


As flores estão nos canteiros
E não sairão de lá
Usemos algumas outras flores
Que alguém vai fabricar
Os amores todos já foram
Foram direto pelo caminho
E eu não posso ver a rosa
Se somente há o espinho

A música agora parou

Só há silêncio no ar
Foi a festa que chegou ao fim
E nunca vai retornar
Os amores todos já foram
E me deixaram sozinho
Não há aroma no gosto
Só há um gosto no vinho

O cortejo segue em silêncio

Com passos de se contar
Não sou mais estrangeiro
Nem sou daqui nem de lá
As terras que em nelas fui
Mesmo as que não pisei
Não importam quem sou
Sob elas eu descansarei

As manchetes estão no jornal

O que é real não se pode olhar
Vejam uma luz no fim do túnel
Que está a nos esperar
E mesmo que não dê certo
E mesmo que tudo enfim acabe
Terá nos valido a pena
Que o Dragão então se acabe

As flores estão nos canteiros

Simplesmente esperando sem versos...

Um comentário:

  1. Esses espinhos sem flores tornam a florir sob a luz no fim do túnel, viver intensamente, é morrer subsequente, assim caminha a dialética da vida, e viver a cada primavera, é viver com poesia. A Morte um tema que assusta, porque renova, finda o que insistimos e manter vivo, ainda bem que sua flor não é de plástico, morta já em sua essência.. valeu Carlinhos

    ResponderExcluir

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...