Eu tenho medo. Eu sou normal. Eu durmo cedo. Ou passo mal. Assino embaixo. É carnaval. É o que eu acho. Pro bem geral. Escrevo cartas. Jogo no lixo. Escondo mágoas. Nem sou um bicho. Até amanhã. Meu compromisso. Eu não vi nada. Eu sou omisso. Só vejo a tela. Não dou palpite. E na janela. Há meu limite. Eu tenho dono. Eu tenho sono. Eu não complico. Fico na fila. Pra ser mais rico. Eu tenho peito. Feito em cacos. E o meu pleito. São três macacos. Não vi. Não ouvi. Não falei. Defendo tudo o que não sei. Dependendo da vontade de meu rei. Vamos lá. Vamos aqui. Nem mesmo subo. E já desci. Vi. Ouvi. Falei. É que mandaram. Nem mesmo sei. O que importa? A alma é morta. Eu me enterrei. Até o pescoço. Eu sou bom moço. Eu cumpro a lei. Estou marcado. Olho pro lado. Eu não vi nada. Comprei ingresso. É meu progresso. Terra encantada. Terra de todos. E de nenhum. Eu não bebi. Eu não senti. Estou bebum. Foi num só trago. Sem ter estrago. Foi sem querer. Esta é a festa. É o que resta até morrer. Morrer de medo. É um samba-enredo. É o funk no baile. E se acontece. Não quero prece. Quero detalhe. Publiquem a foto. Coloquem a cena. Eu quero a moto. Valeu a pena. Gozo dez anos. Gozo dez dias. Eu quero é mais. Outras folias. Eu tenho medo. Eu sou normal. E desde cedo. Eu sou o tal. Falo que não penso. Acho o que não sinto. Estou às cegas. Num labirinto. Mas estou sóbrio. Com o absinto. Mas ora veja. Não se esqueça. E me desça. Outra cerveja. Olho pro pulso. Por puro impulso. Pois não importa. É tanta porta. É tanto riso. É tanto choro. Falam em coro. O que eu preciso. Fala em festa. É o que resta. Do paraíso. O paraíso já se mudou. Está lá em baixo. E eu me encaixo. No que restou. É o resto do resto do resto. E se não presto. Alguém mandou. Mandaram tudo. Mandaram nada. É de veludo. Calça furada. Não tenho escudo. Falta a escada. São tantos planos. Sem caminhada. São tantos anos. Somos humanos. Que palhaçada. Foi um engano. Eu sou normal. Nasci de noite. Sem carnaval.
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Normal
Eu tenho medo. Eu sou normal. Eu durmo cedo. Ou passo mal. Assino embaixo. É carnaval. É o que eu acho. Pro bem geral. Escrevo cartas. Jogo no lixo. Escondo mágoas. Nem sou um bicho. Até amanhã. Meu compromisso. Eu não vi nada. Eu sou omisso. Só vejo a tela. Não dou palpite. E na janela. Há meu limite. Eu tenho dono. Eu tenho sono. Eu não complico. Fico na fila. Pra ser mais rico. Eu tenho peito. Feito em cacos. E o meu pleito. São três macacos. Não vi. Não ouvi. Não falei. Defendo tudo o que não sei. Dependendo da vontade de meu rei. Vamos lá. Vamos aqui. Nem mesmo subo. E já desci. Vi. Ouvi. Falei. É que mandaram. Nem mesmo sei. O que importa? A alma é morta. Eu me enterrei. Até o pescoço. Eu sou bom moço. Eu cumpro a lei. Estou marcado. Olho pro lado. Eu não vi nada. Comprei ingresso. É meu progresso. Terra encantada. Terra de todos. E de nenhum. Eu não bebi. Eu não senti. Estou bebum. Foi num só trago. Sem ter estrago. Foi sem querer. Esta é a festa. É o que resta até morrer. Morrer de medo. É um samba-enredo. É o funk no baile. E se acontece. Não quero prece. Quero detalhe. Publiquem a foto. Coloquem a cena. Eu quero a moto. Valeu a pena. Gozo dez anos. Gozo dez dias. Eu quero é mais. Outras folias. Eu tenho medo. Eu sou normal. E desde cedo. Eu sou o tal. Falo que não penso. Acho o que não sinto. Estou às cegas. Num labirinto. Mas estou sóbrio. Com o absinto. Mas ora veja. Não se esqueça. E me desça. Outra cerveja. Olho pro pulso. Por puro impulso. Pois não importa. É tanta porta. É tanto riso. É tanto choro. Falam em coro. O que eu preciso. Fala em festa. É o que resta. Do paraíso. O paraíso já se mudou. Está lá em baixo. E eu me encaixo. No que restou. É o resto do resto do resto. E se não presto. Alguém mandou. Mandaram tudo. Mandaram nada. É de veludo. Calça furada. Não tenho escudo. Falta a escada. São tantos planos. Sem caminhada. São tantos anos. Somos humanos. Que palhaçada. Foi um engano. Eu sou normal. Nasci de noite. Sem carnaval.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Isto Também É Poesia
Isto também é poesia... Isto é... A primeira ave que canta quando clareia o dia Interrompendo seu humilde sono Que foi em um galho qualquer...

-
Cadê o meu sal? Fugiu da minha boca e me deixou sem gosto nenhum... Com ele foram todos encantos que tinham sobrado depois que pague...
-
Imersos no tempo Queremos ser o que não somos... Rindo de qualquer piada Para que o coração não esmoreça... Amando todo o perigo Para nossa ...
-
Barulho ensurdecedor na malvada avenida. Hora do rush, hora quase feliz... Blasfêmias cantadas nos sonoros aparelhos. O hoje está quase mort...
Nenhum comentário:
Postar um comentário