domingo, 15 de setembro de 2013

Talvez Guerra

Resultado de imagem para batalha de stalingrado
Espadas se cruzam no ar
Em refletidos golpes
Tal qual justa de tempos idos
É o sangue e o suor transformados
Em metálicos e dispersos sons
É hoje é amanhã qualquer dia
Nunca se sabe quando
Porque é inútil qualquer plano
Porque a matemática enlouquece
Sem que haja qualquer remédio
Não fomos nós mas assim o fomos
Mesmo num único respirar
Em qualquer lugar que estejamos
Assim mesmo seremos nós
Nós os tristes cavaleiros
Com a mais triste das figuras
A versão cada vez mais nova
De alguns velhos enredos
Sancho Pança atrasou-se novamente
Porque não resistiu à liquidação
Sempre foi assim e assim será
Enquanto nada aguardamos
Ilhas desconhecidas em cada número
Tramas sem nenhum teatro
Há um espetáculo bem diferente
Sendo exibido em cada tela
E um tempo gasto com somenos
A maçã caiu de encontro ao chão
Numa reta perfeitamente planejada
Não sabemos o que falamos
Porque não nos deram nenhum script
Em segundo acaba tudo
É só apertar um botão
Ou ao menos fechar os olhos
É sono que nós temos muito sono
Foram noites maldormidas incontáveis
Ou alguns pesadelos acordados
E o cinto aperta as calças frouxas
As nuvens fogem às classificações
E o ilógico bate cartão de ponto
Não ser ridículo às vezes falha
E lembranças serão guardadas inutilmente
Tristes vitórias e vitórias tristes
Os troféus acabam se enferrujando
E dourado patético permanece silencioso
À cada instante um instante passa
E diferentes gostos são o mesmo
Eu quis a garota da capa da revista
Ou quis o garoto da novela
Mas tudo deu e dará o mesmo
Não há sangue para tantas veias
Nós somos nossos próprios carrascos
E usamos de requinte de crueldade
Protestamos promissórias não assinadas
Mesmo que de forma antecipada
Não mexam nas letras deixem-nas quietas
Podem surgir versos mais inquietantes
Não há tantos violões assim
Há muitas gaiolas que estão abertas
Mas os pássaros não querem voar...

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