Meia estrada, meia vida,
Tudo pela metade e não mais.
Meia tristeza e meia ferida,
Meio sonho e sem alguma paz.
Meio sono, meia correria,
Meias velas abertas no cais.
Na meia-noite ou no meio-dia,
Acabaram-se meus carnavais.
Meio triste e meio feliz,
Na minha testa claros sinais,
A vida foi e foi por um triz,
Manchete em letras garrafais.
Meia dose, meio caminho,
Agora tanto fez e tanto faz.
É meio rosa e meio espinho,
Foi tão tímido e tão audaz.
Meia taça ou meia lente,
Um sol brilhava pelos cristais.
Eu já senti a carne dormente,
São apenas coisas normais.
Meio meu e meio nossos,
Tanta coisa ficou lá atrás.
É um banquete de ossos,
Corra quem for capaz!
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