sábado, 24 de agosto de 2013

A Casa & Outras Coisas


A casa traz saudades. Está lá. Mas não está de verdade. Está num coração sujo. Mas sem maldade. Num coração aflito. E todo esse grito. É enorme. É disforme. E vai trazendo apenas palavras. Escravas. Escravos de Jó. Fumaça. E pó. Trapaça. E nó. E nós. Sem voz. Esforços dispersos. Em versos. Que nunca publiquei. Nem sei se vale a pena. A pena é sentir a falta. A pauta. A pauta sem ter mais dia. Quem diria? Os pássaros estão cantando. É ele que vai chegando. Já veio. É feio. Mas vou disfarçando. Ontem nem vi o fim. Meu Deus que será de mim? Tudo é sólido. Que nem o ar. É sórdido. Mas sei amar. O mar. Que nunca me viu cantando. A ave perdeu seu bando. Até quando? Não dá pra ver mais nada. A solidão é uma piada. Contada de trás pra frente. Demente. De mente já me embriaguei. É lei. Nascer pra esperar a morte. Vinda do norte. Sem sorte. Esperando quem vai partir. Pra sentir a fila que já avança. Esperança. Espero mais que tudo. Me iludo. Um erro de cada vez. Nem sei falar mais inglês. Só sei o que não quero. É vero. É coisa minha e sua. É rua. Já morreu aquele meu quintal. Desculpe. Não me leve à mal. Todo ano tem carnaval. Todo sonho tem seu final. A novela é sempre igual. É a vista. É à vista. Minha vista cobriu geral. Morreu o meu bacurau. Voava e assim voava. Seu riso me amedrontava. Eu dou a minha palavra. Eu juro pelo meu amor. Não quero mais sentir dor. Se é que tem algum valor. O tempo promete chuva. A vista ficando turva. Mais nada depois da curva. Mais nada é novidade. Venceu a idade. Apagou o lampião. Era ruim e era bom. Era vento sem estação. O sono se prolongando. E o sonho nos esperando. Era o auto. A viagem. A notícia. A bobagem. Era a vela e a imagem. Era os sinos que não batiam. Ou mais algo que não sabiam. Era algo que tudo fez. A semana. Ou o mês. Se tanto faz. Tanta vez. Era coisa tanta. Que espanta...

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