terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 227

 


Somos alguns pedaços

de retalhos de lembranças...

Nada impede o avanço

de tristes ausências...

Brinquedos quebrados...

Amores perdidos...

Tratos desfeitos...

E só no resta andar

Pelo caminho

Que nunca conheceremos...


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A rima perfeita do acaso

a surpresa tão boa ou ruim

eu quero enlouquecer 

de forma rápida e incisiva...

Não preciso de baratos

para dançar sob chuvas...

Não me intoxicarei 

com mais do que os sonhos...

Eu visto a fantasia

de todos os dias que se repetem

mesmo quando isso chame 

a atenção de todos os tolos...


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Quem sou eu?

Nem o espelho pode dizer...

Em manhãs pesadas

Que abro os olhos

Para que o dia me mate

Novamente me preparo

Para meu sacrifício...

Abro os braços...

Mais como espantalho

Do que mártir

Por coisas que desconheço...

Conto as rugas

Como tiros que tomei

E nem ao menos percebi...

Muitos haverão de morrer

E nem sei se poderei ver

Outro amanhã tão pobre...

Quem sou eu?...


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Estou bem no meio

De um barco navegando

Entre ondas nunca vistas

Estou bem no meio do tempo

Onde cada dia é uma batalha

Para pelos menos poder respirar

O tempo irá dar em que lugar?

Cada segundo transforma as coisas

Transforma as coisas, todas elas...


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Mar revolto, cabelo solto. Duas vezes. Não para de ventar. Um no céu, outro aqui embaixo, eu mesmo não me acho. Irei me matar? Grito preso, círio aceso. Bem quieto. Pra ninguém me apagar. Medos estranhos, de todos os tamanhos. Até além do mar. Um pássaro cantou, um outro voou. Para o gato não pular. Seu pulo certeiro, bem mais que morteiro. Não vá me pegar. Bato na porta, a alegria tão morta. 


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Feito um condenado

Que vai tranquilamente 

Ser executado

Não tem medo de morrer

Riu de tudo que pôde

Dançou até cansar

Gritou e amou

Todas as vezes possíveis

Foi bom e mau ao mesmo tempo

Foi transcendental e humano

Apontou o dedo

Mas amanhã será morto

Ano que vem ressurgirá

Outro carnaval...


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Ponta de faca

Direção da mão...

Quem ataca

Não é a questão...

É ressaca

É rebentação...


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