quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 226

 

Todo sono

Guardado para depois

Depois da chuva

Depois da curva

Quase final

E eu nem calcei as botas

De algumas sete léguas

Como na fábula

Que acabei me transformando...


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Caras e bocas

Tão poucas...

Corremos para o que será esquecido

Raciocinamos e tudo carece de sentido

Vivemos sem saber o temos vivido...

No final da estrada não há mais nada

A nossa vista estava apenas vedada

Enquanto nossa melodia era calada...

Caras e bocas

Tão loucas...


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Já acabou tudo

Em sorrisos forçados nos encontramos

Em poses inauditas conforme a bula

Andamos na contramão

Nossa sabedoria um deboche

Em filas pulamos no abismo

Alegria forçadas e frases artificiais

Tudo pela metade na escuridão

Tudo de goela abaixo

Já acabou tudo...


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Quando os pássaros caíram

era eu que caí...

Quando as folhas morreram

a morte era a minha...

Quando as rosas murcharam

foram as rugas em meu rosto...

Tudo vai e vai

a vida é um caminho sem volta...


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Quantos versos jogados fora!

Pobres poemas, órfãos 

Dormindo sós nas calçadas...

Foram pedaços de sonhos

Arrancados de pobres carnes,

A carne da alma do poeta...


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Foi num dia desses, foi sim

Quando a inocência

Era uma muralha protetora

Contra a própria vida...

Foi num dia desses, foi sim

Quando em velhas gavetas

Guardava meus segredos

Com quem vai pra guerra...

Foi num dia desses, foi sim

Quando eu já sabia chorar

Mesmo desconhecendo

Que chorava pelos meus sonhos....


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Não tenho nome algum

mas tenho todos

Não tenho direção

vou em todas elas

Não estou mais vivo

mas respiro sempre

Não sou mais sonho

nem tampouco realidade

devo ser só um vento

ainda soprando por aí...


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