sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 225

sem nome

sem cores

invisíveis

um minuto de silêncio

com fome

com dores

insensíveis

um minuto de silêncio

para todos os miseráveis...


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Tento porque tento, quebrar pedras com as mãos, segurar rios em peneiras, conter centenas de ventos. Tento porque tento, retroceder todos os dias, engolir todas as eras, fotografar tudo o que já passou. Tento porque tento, realizar todas as fantasias, beijar todas as estrelas, passear vagabundo por todos os céus. Tento porque tento, fugir desta cidade, acabar com esse desespero, falhar em tolos compromissos. Tento porque tento, não temer a morte, compreender a sua necessidade e esperá-la até que chegue...


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Por que te escondes de mim?

Eu te procuro pelos canteiros

Como quem caça fadas

E nada encontro...

Por que te escondes de mim?

Eu mergulho em todas as águas

Como que naufraga

Estrela insondável...

Por que te escondes de mim?

No meio de todos os foliões

A tua beleza não encontro

E logo acaba o carnaval...

Por que te escondes de mim?...


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Vai fazer carnaval... E as ondas da nossa loucura farão nossas naus de sonhos navegarem em mares nunca dantes navegados... Carnavalar é preciso, viver não é preciso... Vai fazer carnaval... E nosso corpo será apenas mais uma fantasia, ali reside nossa alma em festa... Vai fazer carnaval... Talvez até ressurja algum amor esquecido, um daqueles que ficou perdido entre quatro dias em que um novo rei governou... Vai fazer carnaval...


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Sem sentido

tantos passos

Sem sentido

tantos fracassos

Tantos sonhos

jogados foras

Tantas ilusões

engolindo o agora

Meus pés tropeçaram

depois caíram

Minhas lágrimas

depois subiram...


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Não tinha nome. Nem lenço. Nem documento. Nem vento. Nem conhecia alguma poesia. As rimas eram desnecessárias para quem tem fome. Roupa não tinha. Só aquela que escondia o corpo que sempre conheceu a magreza. Não tinha casa. Nem séria. Nem engraçada. Só conhecia o nada. O nada de uma calçada que é de todos para ser de nenhum. A calçada é de quem passa e de quem fica. Tudo na vida acaba passando. Dos miseráveis mais ainda. Só um número. Nada de epitáfio. Talvez tem alma. Ou não. Isso foi vida?...


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Guernica é logo ali

E andamos mais que cegos 

Olhando o que não existe

Não tapemos nossos ouvidos

Ao som de milhares de bombas

Mesmo que silenciosas 

E invisíveis que nos lançam

Não podemos ferir carne alguma

Mesmo que a tristeza

Faça agora parte de nossa rotina

Nunca esqueçamos

Guernica é logo ali...


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