Faça de conta que o sonho continua...
Faça de conta... Faça de conta...
As estrelas ainda não foram dormir
Em suas camas feitas de nuvens...
Os gatos ainda sobem nos muros
E os passarinhos ainda decoram o dia...
Vamos escrever mais alguns versos?
Mesmo falando de tristeza servem..
Faça de conta que o sonho continua...
A festa também... A festa também...
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Vento que venta ventando
Histórias que vai contando
Conta histórias
Derrotas e vitórias
Ri ou está amuado
Tem rido ou tem chorado
Vento que venta vendando
E sempre vai passando...
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Um voava com versos
Outro voava com asas
Quase o mesmo
Pássaros e aviões e poetas
No mesmo cristal...
Meus versos rastejam
Quais vermes
Saindo de exposto corpo...
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Alma sem gosto
alma sem cor
silenciosamente má...
Alma do mundo
alma sem razão
onde estão teus sonhos?
Alma sem mar
alma sem céu
tocaia me esperando...
Alma sem vida
alma sem alma
Morreremos nós dois?...
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A praça grita!
Admirável feito impossível
Com flores e meninos...
O sol acontece
Mesmo em dia de solenes chuvas...
O poeta caminha
Ainda que com passos pequenos...
Tudo amanhece
Até quando noites depois virão...
Vamos fazer silêncio
Para finalmente escutá-la...
A praça grita!...
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Telas com digitais
Feitos com miniaturas
Um deus novo
Que há de devorar
Seus fiéis mais fiéis...
Tela nas salas
Que mente para a mente
Vamos construir
Alguns novos idiotas?
É tão fácil...
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Nada contra e nada a favor,
Só tenho saudade
Daquele tempo que era meu...
Foi bom ou foi ruim?
Não sei... Só sei que era meu...
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Cada poema é um rasgo
Um rasgo na roupa sem costura
Cada poema é um grito
Mesmo quando a boca está fechada
E eu ando assim tropeçando
Cada sonho é um pesadelo
Que um dia mais cedo ou mais tarde
Há de se transformar
Pela tristeza de não acontecer
Cada poema é um rasgo
Um rasgo no que chamamos alma...
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