domingo, 5 de fevereiro de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 224

Frases complicadas e guaraná. Era assim. Desde os tempos que os tempos eram tempos. E nada mais. Esperanças frias em dias quentes. Ah, as esperanças... Essas sim. Buliam com a gente que nem espinhosos matos que se pisa descalço. Mais alegria que fogueirinhas e papel e folhada seca. Papai deixava usar fósforos se cuidado tivesse. De vez em quando sim. Em outras não. Neste caminho agora quase ninguém passa. E como choro...


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Papagaios poucos. Alguns riscos naqueles olhinhos miúdos. Tenho saudades dos periquitos e dos calopsitas. E dos canários nem se fala! Só não sabia das gaiolas do mundo. Estas mais malvadas ainda. Sem pena. Com portas abertas e impossibilidades. Como ossos torcidos e não quebrados. Uma fumaça entrou nos meus olhos. Deve ter sido isso que me fez até chorar.


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Falta de letras para escrever uma poesia bem bonita. Daquelas que o choro é quase alegre. Nunca se sabe. Faltam letras ou palavras? Agora fiquei em dúvida... Talvez algo meio que diferente... Talvez faltem algumas flores. Isso! Algumas flores num caderno qualquer. Flores aqui. Flores ali. Flores acolá. De um jeito que possa valer a pena. Talvez até como aquele menino fez. Que menino? Eu. Que agora ando bem distante de mim mesmo...


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O sangue escorre na perna, seca na pele... Sangue difícil de tirar! Veio devagar feito goteira, feito córrego pequeno e acabou secando antes de chegar aos pés. Sangue morto e sangue triste, muito triste. Vindo de uma ferida que não fiz. Uma invasão. Nasceu lá e pronto. Uma pena. Continuará lá. Até que eu possa dar algum tipo de jeito. E só...


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Um dia aprenderei a ser como um pássaro. Não precisarei mais de gaiola. Nem da ração que meu aprisionador me dá quando se lembra. Pularei pelos galhos. Mais feliz de todos os seres. Sem preocupações. Contas no banco. Compromissos medíocres que só me ferem. Cantarei aquilo que quiser. Nas manhãs de sol. Ou nas madrugadas tranquilas. Um dia aprenderei a ser com um pássaro. Um dos muitos donos dos céus...


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Palavras certas. Palavras tortas. As que acariciam. E as que agridem. Ditas com precisão. Ditas ao acaso. Ensinando algo. Desnorteando mentes. Como tiros. Ao acaso. Que trazem dúvidas. Ou acabam em certezas. Palavras bonitas. Palavras toscas. Por cerimônia. Ou sinceras demais. Palavras de ordem. Palavras de paz. As que eu um dia conheci. As que me esqueci. Duras como pedras. Flutuantes nuvens. Mar insondável. Céus desconhecidos. Amor sincero. Desejo sujo. Palavras. Palavras. Cala o boca menino!...


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Suspiro. Pelo dia? Talvez seja. Todos os dias, mesmo os alegres, trazem uma ponta de tristeza que chamamos saudade. Por algum dos muitos sonhos que morrem à todo instante. Suspiro? Pelos relógios que correm em sua lentidão enganosa. Alguém será sepultado agora. Agora alguém sentirá dores insuportáveis. Um grito ecoará de medo e de susto por essas ruas cruéis e apáticas. Nada está bem e talvez nunca ficará. Suspiro?...


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