Cada gosto, um gosto,
Cada rosto, um rosto...
O DNA dá piruetas, fica tonto e cai no chão. A estética trepa com a ética, veste sua roupa, ganha sua remuneração. Onde estamos? Estamos na Terra do Não. Crocodilos à parte, nada mais tem explicação. Todos os versos são parecidos, parecem até irmãos. Em terra de cego quem tem um olho é o Cão...
Cada riso, um riso,
Cada siso, um siso...
Um simples detalhe pode nos levar ao pelotão. Vamos pular do prédio? Vamos brincar de avião? Quando tomamos um remédio, deveríamos pedir extrema-unção. Cada um é o lobo de si mesmo, cada um é o campeão. O vaso está entupido, pode limpar com a mão. Aquele velho decrépito, um dia foi um garanhão.
Cada pena, uma pena,
Cada cena, uma cena...
Já faz tempo que eu não como, deve ser indigestão. Acabou tudo que tínhamos, não sobrou nem um grão. Mentira por mentira, vai se vencendo a razão. Nem tudo que sobe, podemos chamar de balão. Vaias para o herói, palmas para o vilão. A caneca quebrou, tem que pegar com a mão.
Cada trama, uma trama,
Cada rama, cada lama...
A moda agora virou uma nova obrigação. Matam até a mãe, querem apenas um milhão. Jogaram fora abelha, ficaram só com o ferrão. Vamos xingar o juiz da partida, essa é nossa obrigação. Todos pela burrice, todos pela destruição.
Cada disco, um disco,
Cada cisco, um cisco...
Minta em todo momento, é a moda da estação. O cara tentou ser honesto, vale menos que um pão. Nossa vergonha é garantida, bote a bunda no chão. Foram-se todos os anéis, só nos sobrou a mão. Eu achei que amava, era só meu tesão. Acabaram-se os versos, sou apenas um cuzão...
Cada gosto, um gosto,
Cada posto, um posto...