Não preciso ser bom, nem preciso ser mal,
Só preciso ficar bem à vontade,
Tomar banho na tempestade,
Dançar sob este temporal...
Não preciso me esconder, nem me exibir,
Só preciso ser aquilo que sou,
Pelos caminhos que eu vou,
Tanto faz chegar ou partir...
Não preciso ser largado, nem preciso ser formal,
Desde que fale o que quero,
Nada mais eu espero,
Acabou meu carnaval...
Não preciso ser o mocinho ou ser o vilão,
Posso ser qualquer um dos dois,
O que vem antes ou vem depois,
Qualquer uma estação...
Não preciso ser sussurro, nem preciso ser jornal,
Eu sou o passar de todos anos,
Todos acertos, todos enganos,
Nada que seja excepcional...
Não preciso ser a ofensa, nem ser a prece,
Nem o afago e nem a ferida,
Sou a morte, mas sou a vida,
O que definha ou cresce...
Não preciso ser o mundo, nem o quintal,
Sou luz da noite, sou luz do dia,
Apenas um pouquinho de poesia
Que chamam de marginal...
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