Não tenho muito o que falar
A tristeza calou-me
E a solidão fechou seus ouvidos
Para as minhas reclamações...
Nesta pintura da vida
As cores estão todas desbotadas...
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Toquem uma música rápida!
Qualquer uma...
Sem importar ritmo ou idioma.
No volume mais alto que puderem...
Quero atrapalhar a saudade
Para que a tristeza não me consuma
Mais ainda do que está fazendo...
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A grande novidade?
A grande novidades é que não há novidades
Todas as novas tragédias
Estavam mais ou menos aguardadas
É assim que caminham os homens
Tropeçando em pedras
E com algum sangue...
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Ventos e ventos
Alguns muitos e outros poucos
Como fomos ou seremos
Nunca como somos
Velhas canções ou notas não vindas
O ainda é nossa esperança
Ou nosso desespero
O espelho é o grande juiz
Que condena ou absolve
Sem dúvida há dúvidas
Feito bando de passarinhos
Ventos e ventos
Quase que quase iguais...
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Cais sem barcos
Ruas sem passantes
Praça sem meninos
Fogueira apagada
O outono matou folhas
Os sonhos são nuvens
Ou caem no chão
Ou vão embora
Todo começo
Algo de bonito
Todo fim nem tanto.
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A minha rudeza tira folga
A minha brutalidade se esconde
Toda vez que te vejo
A minha maldade muda de ideia
O coração resiste mais um pouco
Toda vez que te vejo
Os pés cansados andam mais
Eu consigo escutar música
Toda vez que te vejo
Porém as coisas acabam mudando
E o medo da morte acaba morrendo
Toda vez que não te vejo...
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Eu poderia ter feito mais...
Poderia gritar enquanto todos calara
Ter adiantado pouco ou nada
Seria apenas um detalhe...
Poderia ter sido um pouco mais louco
Aproveitar algum encanto na vida
Depende de dom e de destreza...
Poderia ter rido mais um pouco...
O sal das minhas lágrimas
Quase cegaram os meus olhos
E nada mesmo adiantou...
Eu poderia ter feito mais bem mais...
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O sol agora usa avental
E as roupas são bandeiras no quintal
Quem me dera certas imortalidades
Que na verdade nunca terei
Queria que o tempo retornasse
Todas as vezes que fosse embora...
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