janelas abertas janelas fechadas
mais nada...
janelas comuns janelas raras
abrindo na nossa cara...
janelas quentes janelas frias
as nossas mentes vazias...
quantas vezes dançarei sozinho
em qualquer um cantinho
com os cabelos em desalinho
já me feriu aquele espinho
janelas brancas janelas azuis
são corpos nus...
janelas de ontem janelas de amanhã
toda tentativa foi vã...
janelas de vidro janelas de aço
já me falta o espaço...
quantas vezes me olharei no espelho
vendo aquilo que me assemelho
um menino mal mais um fedelho
que não aceita nem um conselho
janelas delicadas janelas brutas
vidas são disputas...
janelas pequenas janelas enormes
vamos colocando os uniformes...
janelas de vento janelas de temporal
toda dor é sempre igual...
quantas vezes corri sem ter vontade
sentindo que acabou até a idade
tudo é mentira nada é verdade
vamos passear pela cidade
janelas sujas janelas inocentes
estamos todos doentes...
janelas de sangue janelas de água
falta até a nossa mágoa...
janelas de alvo janelas de esmo
somos nós mesmos...
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