segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Um Poema de Janelas


janelas abertas janelas fechadas
mais nada...
janelas comuns janelas raras
abrindo na nossa cara...
janelas quentes janelas frias
as nossas mentes vazias...

quantas vezes dançarei sozinho

em qualquer um cantinho
com os cabelos em desalinho
já me feriu aquele espinho

janelas brancas janelas azuis

são corpos nus...
janelas de ontem janelas de amanhã
toda tentativa foi vã...
janelas de vidro janelas de aço
já me falta o espaço...

quantas vezes me olharei no espelho

vendo aquilo que me assemelho
um menino mal mais um fedelho
que não aceita nem um conselho

janelas delicadas janelas brutas

vidas são disputas...
janelas pequenas janelas enormes
vamos colocando os uniformes...
janelas de vento janelas de temporal
toda dor é sempre igual...

quantas vezes corri sem ter vontade

sentindo que acabou até a idade
tudo é mentira nada é verdade
vamos passear pela cidade

janelas sujas janelas inocentes

estamos todos doentes...
janelas de sangue janelas de água
falta até a nossa mágoa...
janelas de alvo janelas de esmo
somos nós mesmos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...