Assim quis e assim será. Dias e dias fadados à tristeza única que não passa. Mesmo que seja teimosia de nossa parte. Os cheiros percorrem o ar. E as luzes brilham. E vamos andando à esmo pensando que somos os tais. Nada nos protege contra nós mesmos. Eu quase sei isso. Mas mesmo assim choro em dias de chuva muita ou pouca. Nada mais sei do que chorar. Nada mais sei que voar em nuvens que acabam caindo. O ouro reluz. Mas os dedos são trêmulos e tudo cai no chão. Nada quebra mesmo caindo. Lembranças bem comportadas e loucas. Aberta a temporada de caça às bruxas. Nada mais sutil e delicado. Quando queremos nos cegamos. E ainda assim enxergamos o mundo. Ou pelo menos pensamos. E as modas são lançadas. Sem explicações plausíveis e de qualquer cor. Souvenirs são matéria de estudos aprofundados. Como vamos ao deserto? Em camelos alados que nem anteontem. E se Deus quiser chegaremos lá. Em cada torre de cada castelo de cada aldeia de cada país. Assim o seja. De acordo com as velas que ardem no silêncio gelado de cada noite. Noite sem lua e sem abrigo. Lá fora todo um mundo de trevas. E uma cortina pesada daquelas que nos fazem arregalar os nossos olhos. Aqui não há nada e nem lá e nem acolá. O que existia eram migalhas que os pássaros foram comendo aos poucos. E mais nada do que isso. Um vazio cheio de boas e de más recordações. Como estamos nem sabemos. Há apenas notícias sobre o nosso paciente. Como as gotas do soro que vai para nossas veias. Solenemente como um réquiem em ritmo de frevo em Olinda. Diamantes que os turistas compram aos montes. Produto local. Ritmos mais que locais nos tantãs feitos do mais puro coro de nuvens. Quem me dera minha fera. Quem me dera minha paquera. Rimar coisas absurdas num caça-níquéis. Tudo emboladamente invertido. E todos os poetas num só. E todas as moedas em um só bolso. Dois meninos e um muro e uma pipa. E cada susto num riso tão mais fácil. A palavra escorre entre os dedos. E a língua prova dos doces fora do risco. Assim quis e assim será...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
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