segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Tiros Incertos


O diabo usa tranças
O velho só tem lembranças
O bobo vive só de esperanças

Não estou profanando nada
É que os pés conhecem a estrada
E toda alma está fadada

A menina virou puta
Tenho a certeza mais absoluta
Que já começou a disputa

É uma coisa do destino
O menino deseja o outro menino
A nossa sorte foi puro desatino

É mais um beijo na boca
Eu sinto uma febre louca
Toda boa intenção foi pouca

Minha amada usa calças
Todas as previsões são falsas
Meu caixão não tem mais alças

A fera nos devora

O tempo já foi embora
A tempestade é que não demora

Esse meu cinismo

Constrói o meu abismo
Porque ainda teimo e cismo

O grande capitalista

Não deixou nenhuma pista
Sobre qual foi a sua conquista

Tudo sobre o sexo

Nada foi mais complexo
Que até perdeu todo o nexo

O diabo usa tranças

Já perdi minhas esperanças
Tudo se tornou em lembranças...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...