sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Caminhos Escuros

Caminhos escuros sem nem se encontrar. 
Eu perco os meus passos. Só posso chorar. 
E nisso tudo é que temos pra hoje. - viver. 
Viver como loucos. Viver como poucos. 
Sem versos e sem estrutura. 
É dia. Mas a vida está dura. 
Às vezes nem dói. E é uma doença sem cura. 
Queria me lembrar de esquecer. 
Dói ainda. Mas faz menos doer. 
Tudo passa. Tudo cessa.
Tudo é fumaça. Descumpriu-se a promessa.
E nisso versos voam sem sabermos da poesia.
Nossa! Quem diria...
Que até o medo pode se tornar alegria. 
Até o bem pode se tornar o mal. 
E o enterro um carnaval. 
Alegria geral! Alegria geral! 
Viva os fundos do meu quintal. 
Esqueçamos que existe um temporal.
Os gritos dela.
Acabam voando pela janela.
E sobem como torpedos.
Mas ainda continua o nosso medo.
Eu tenho medo. Medo você tem.
O medo não esquece ninguém.
Nada exato. Nada certo.
O nosso socorro. Não está tão perto.
Os termos exatos vão fugindo.
O meu amor era tão lindo...
Acabei me perdendo no nada.
Ainda bem que o nada é uma estrada.
Ainda bem que o vento está ventando.
E eu aqui vou delirando.
E eu até vou me conformando.
Não escute atrás das portas.
Podem haver conversas mortas.
Entre em fileira bem certinho.
Você é apenas mais um soldadinho.
Estas moscas acabam incomodando.
Quase tanto como o talvez e o até quando.
Estou cansado. Eu tenho fome.
E até já esqueci meu nome.
Isso tudo foi num tempo atrás.
Quando eu pensava que sabia mais...
Caminhos escuros sem nem se encontrar. 
Eu perco os meus passos. Só posso chorar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...