sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Insaneana Brasileira Número 99 - Tantos Medos, Tanto Não

Desses que andam por aí... Como um sexo casual de plenos desconhecidos... Nem sequer os nomes... Nem sequer uma vez antes... E as modas que já foram embora... Vamos ser abusados... Cantar o mundo em profanidades mais que satisfeitas... Muito cheiro e pouca cor... Nada nos impede do ilógico... Nada impede a nossa sandice que muda as letras dos versos... Tudo imperfeito como deve ser... Espaços muito grandes e pequenas celas... Caras envelhecidas pelo excesso de juventude... Nada mais... Nada menos... A morte perdeu seu charme... E os asfaltos andam ocupados com seus novos dormitórios... Aqui tem... Ali tem... Mas em lugar nenhum ocorrem notícias boas... Muito chique... Rir sem motivo algum é a nova piada... Quanto mais tecnologia mais rudeza... Quanto mais nada enchemos nossos bolsos... E uns cabelos esvoaçam por aí pedindo para serem puxados com toda a força... Doem os dedos... Doem os dentes... Segredos contados em públicas cerimônias... Eu me confundo... Nós nos confundimos... E o pecado se redime perante a divindade que nem notou nada... As telas brilham... E vão aumentando de tamanho até chegar ao oceano que já não é mais... Fim de semana e cerveja... Contas atrasadas e um cheiro de abismo... Nada mais... Não me façam perguntas fáceis de se responder... Detestamos o óbvio... Abominamos a verdade... E até os famosos choram pelos cantos porque fazem o que não deveriam fazer... Ninguém faz nada... Tudo é rio... E os rios não precisam de combustível em seus tanques poeirentos... Mil poemas foram escritos e é preciso mais um tanto... Invencionices à parte parece que está tudo bem... Mas o apagão não demora à chegar... Eu queria beijar sua boca e era só isso... Eu queria poder falar elogios que não existem nem na boca dos bêbados... E minhas palavras são acentuadas erradamente por puro descuido... Nada mais... Nada menos... Os quatro cavaleiros agora são funcionários no jóquei clube e capricham na sua apresentação... Eu sou apenas um apenas... Com as melhores e as piores intenções também... Correr no tempo... Escapar de todas as ocasiões fugazes que nada adiantam para nossa pressão arterial... Duvido que há dúvidas... Os filósofos erraram... Quanto mais virtudes... Mais vícios... O silêncio berra de tempos em tempos no fundo da biblioteca pública... E a moreninha gostosa decidiu fazer sexo em cima da mesa com gemidos delirantes... Não há mais o que é... O que era chegou de mochila nas costas pronto para dominar o mundo... Nada de ideias e de ideais altruístas ao extremo... Eu erro sempre que puder... Mesmo que capriche no meu esforço para isso... Odeio conselhos... Os deboches são mais ternos às vezes... Mas olhe que eu só disse às vezes... Nem sei do que gosto mais... Se os gostos que senti uma vez e nunca mais sentirei... Ou os que nunca provei e me afligem todos os dias... Porque estamos cheios de um vazio enorme... Ninguém me falou de estatísticas... Ainda bem... Estou surdo até a próxima estação de caça... Joguem milho aos pombos... Joguem pétalas de rosa no que deu certo... Ou quase... Mil vezes já morri e mil vezes ainda morrerei... É tanta informação que a sala de jantar ficou vazia... Eu deliro... E me firo... E prefiro... Que eu escorregue pelas escadas... E dê muitos rasantes voos no meu pesadelo favorito... Sem orgasmos... Por favor... Apenas as penetrações valem a pena... Nada mais rude do que a rosa que acabou de morrer... E nada mais terno que a bomba que explodiu em frente às câmeras... A serpente da piscina cabe entre meus dedos... E a maior mágica que temos é o não... 

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Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...