sábado, 6 de fevereiro de 2016

Insaneana Brasileira Número 96 - Estreiteio

Caminhos e caminhos pra nós andarmos. E mais nada. Fique sastisfeito com isso. Palavras invertidas e situações avexatórias. Mais nadica. Nem um pio sá moço. Nem dois dedos de prosa na porta da tenda. Cada qual com seu cada um. E versos mal folgados que nem roupa dada. O difunto era maiorzinho. E nos conformes somos humildes. Como quem perde todo dia e ainda acha que ganhou...
Rezas feitas em segredo dum murmúrio que foi apenas inventado. Que  são Bento lá do céu de um espirro e por um acauso olhe pro chão. Nada tem tino. Nada tem galhardeio. Tudo vem pela metade. Tudo vem pelo meio. Meias metades. Meias verdades. E faróis acesos sem percisão. Ah, cara! Por que você fez esta porra?
Por que e por que e por que?
Um vazio que dói num peito onde não deveria doer. Porque lá dentro nem coração tem mais. As batidas é o . mal-acostumado de sair por aí andando. Ai ai ai. Já começou a merda da cantilena. Olha que eu reclamo com o bispo! Olha queu falo diretinho com o dono do Céu! Copio tudo e mais um pouco. Na sordidez barata de dez contos.
Dez contos ou dez moedinhas das menorzinhas. Daqueles que muleque dispensa pra ir na bala. Ajoelha e se lambuza de besteiras bem coloridas com uma cor só. Era o discurso real do filósofo. Eu filosofo filosofia filosoficamente. E tenho medo de rancar esse dente.
Aliás tenho emedo de tudim. Medo de moto cair. Medo de carro bater. Medo de ganhar as contas. Medo de periquito brabo. Medo de sonho avesso. Medo de conta atrasada. Medo até de medo. E de roupa manchada.
Quatro dias por ano pra enlouquecer. Um pouco mais que o comum. O velho na fila sambando o que o camelô botou bem alto. Música bem antiga num tom moderninho. Se é que se possa dizer. Sucesso hoje e brega aminhã. Eu faço o que eu quero. Quatro dias que são cinco e são seis e são sei lá quantos e são. Ai meu São Miguel Paulista eu nunca fui lá. E na verdade nem quero ir...
Muita maldade num copito só. Veneninho dos bons. E assim mesmo. Muita maldade num copito só. Como nos filmes e também nos desenhos. Que eu dê muita sorte. Em fazer coisas sérias que todos possam rir. Rir sem motivo tal qual desespero. Rir entendendo a história que não existe. Às pampas e também à beça. Como sempre. Não escolhemos as letras das palavras. E nem o resto do que poderia ser.
Faço alarde e entremeios que até bonitos quase ficam. É o norte e o sul num jeito de ver. A mesmice dos trios elétricos à gás ou à lenha sim. A garrafa cheia de café na cozinha e o calor rachando até os fantasmas. Nom sense. Nom dance. Nom pense.
Faço alarde e entejuntos quem me dera. Quem me dera sombras na água brilhando e sem pensar estou pensando. Faça isso. Faça aquilo. Não faça acolá. Não cola. Sem razão com razão de tentar que o bando voe sem asas ou sem pressa. Que venha a zanga. E o sangue escorrendo do nonada que se coçou por engano. É sol e não é. Muitas promessas feitas pra não serem cumpridas. Promessas não-cumpridas compridas.
Eu não sou um demônio. Sou dois de uma vez e quase três. Há em mim todas as esperanças por nenhuma. Amadurecendo que nem fruta no mato que não tem nem passarim pra comer. Nem pedra de moleque e nem bodoque de índio. Eu sou a conta quase certa que se fez por si só. Alma sozinha. Calma mesquinha. Cada gorjeio mais lindo que o outro. Sem nada. Só só.
Puta merda que susto! Um susto passado rentinho mais que a Brasil no Caju. Do que a Piaí em qualquer hora. E no mais samba sem suor e sem cerveja. Caetano me perdoe pela heresia. Eu escrevi até hoje como o mártir que nem sabe o que é seu martírio. Rimas com o lírio e o delírio. Não se faz mais. Ame ou mame-o. Quase isso. Ou quase aquilo em quilos bem pesados. Tudo solo. Tudo dolo. Tudo imolo. Tudo bolo.
Caminhos e caminhos pra nós andarmos. E mais nada...

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