domingo, 22 de novembro de 2015

Todos! Todos!



Todos os mártires, todos os libertários
Todos os cegos, todos os visionários
O cidadão comum pai de família
Todo o que ensombreia e o que brilha
O que foge nas sombras, o que enfrenta
O jovem de dezoito, o velho de noventa
A mulher sensual, o cara-de-pau,
Os dias claros, a noite com bacurau
Aquilo que acalanta, o que me arranha
A saga, o romance, o lance, a sanha
Toda a cachaça que tem lá no bar
Todo o medo que se tem de amar
Toda a cor, toda a tinta, toda a visão
Toda a chuva, todo o sol e todo verão
O que vai na mesa, aquilo que vai na boca
Um dia de calmaria, um ano de febre louca
Os cães, os gatos, os ratos, todos os fatos
Todos os medos, assombrações dos matos
Todos os fins de guerra, todos começos de paz
Esquece, me erre, me amar pra mim tanto faz
Todo sem jeito, todo tímido, meio que rude
Todos os carinhos que tentei e não pude
Toda essa vida, toda mais que aventura
Toda corrida, minha estrada na noite escura
Um terço todo rezado, sem mais o que implorar
As cartas já foram dadas, toda sorte ou azar
Toda água, todo esse mar, toda minha sede
Um velho assobio, o descanso, balanço de rede
Todos velhos dias que já foram embora,
Os dados lançados, todos com a sua hora
Todos os mártires, todos os libertários,
Todos os preços, todos os seus salários...

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