terça-feira, 24 de novembro de 2015

Non Sense Número 2


As tarantulas passeiam plácidas entre as madressilvas
Enquanto resta ainda um pedaço do dia quente
Rouxinóis em delírios surrealistas decidiram cantar
Vamos! Gritam bélicos cordeiros em rudes atitudes
Enquanto os velhos restauram seus velhos alfarrábios
O carnaval se aproxima e a Morte dançará conosco
E um coro angelical canta o mais novo dos sambas
Que enredo então teremos como o prato de hoje?
Eu caminho sobre centenas de ovos sem quebrar um...
O tiro acabou não saindo por falta de uma culatra
E nuvens esverdeadas adormecem num céu todo rosa
Não tenho medidas e quando muito eu sou elas
Nunca deixarei de gritar na madrugada pra acordar todos
Porque a madrugada foi feita para todos os seres pensantes
Ah!Esqueci que este produto agora falta nas prateleiras...
A nova onda agora é apertar botões e deslisar os dedos
No meu tempo os dedos eram lambuzados de outras coisas
Eram bem melhores as calçadas sem quaisquer dragões
E eu sabia de cor a letra de todas aquelas feias canções
Curiosamente a nossa curiosidade acabou de acabar
É falta de decoro lembrar do que havia na anterior estação
Penduricalhos e ademanes chegam aos bandos por aí...
Temporais agora anunciados não sei onde podem chegar
Mas os tombos chegam logo na frente e temos sono
Nosso sono não é de dormir mas de não mais acordar
Viva o Rei! Ele tem os mais solenes delírios em seu trono
Enquanto quero todos os bicos de tetas em minha boca
É bom rir de vez em quando mas não rir sempre e sempre
O hábito entorta a boca e a estética é a nossa tirana
Cada qual com o qual alheio! Isso sim é ser moderno
Nossa nova bússola são os ventos que podem soprar
E as estampas agora falam mais em nossas redes sociais
As pedras agora se desgastam muito mais depressa
E as águas assumiram a postura séria dos comediantes
Os cadáveres agora boiam em meio aos papéis
E perigosamente multidões chamam seus comandantes...

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