De mão dada eu vou comigo mesmo,
contando piadas para a minha sombra...
O caminho? Eu escolho à esmo,
pois nem fantasma mais me assombra...
Malvadas pedras que meus pés firam,
atalhos que favoreçam uma emboscada...
Mostro o meu peito para os que atiram,
tudo o que eu fiz já deu em nada...
Perdi o medo de qualquer assalto,
não me importo com prazo de validade...
Do topo do prédio que for mais alto
poderei ver a sujeira de minha cidade...
Entro em qualquer fila só por entrar,
sou um cara honesto, bom cidadão...
Moro tão perto, mas nem vejo o mar,
conheço tudo, mas não tenho opinião...
De mão dada eu vou comigo falando,
contando piadas para a minha tristeza...
À cada segundo me desesperando
só existe uma única certeza...
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