sábado, 19 de dezembro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 90

Cá sem os meus botões, 

era recordações

que o lixeiro levou,

se calaram as canções,

todo o som se calou,

não existem emoções,

coração se quebrou...


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Quero fazer todos os poemas possíveis,

roubar todos os versos ao alcance das mãos,

que eu não tenha mais tempo para nada

e até me esqueça como é que se respira...

O meu tempo já se acabou antes de acabar...

Versos de todas as matizes serão bem vindos,

os bonitos e os feios, os perfeitos e os ao acaso,

agora isso não me importa mais...


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a minha memória anda boa

consigo me entristecer

com as bobagens mais ternas...

a minha memória anda melhor ainda

lembrando histórias

impossíveis de qualquer retorno...

a minha memória está prodigiosa

sentindo cheiros e ares e cores

de tudo que está em minha volta...

a minha memória está extraordinária

tenho lembrado de mim mesmo

e isso me faz chorar um pouco menos...

a minha memória é a própria história

caça detalhes mais imperceptíveis

como um cão que fareja pistas...

a minha memória anda tão ruim

que ás vezes fico me perguntando:

o que eu estou mesmo fazendo aqui?


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sons cadenciados feito um tambor

numa parada militar

ou num samba-enredo

não há mais o que chorar

a vida é apenas um brinquedo

eu escuto os sons de meu peito

e acabo me assustando...


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a estética ao avesso

indo de encontro

à toda lógica possível

pedaços de carne falantes

grandes nadas em ação

fotos agora fora do papel

a existência mais efêmera

dependendo de likes

e mentiras açucaradas

escondendo o choro

toda realidade dói


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Hei de me preparar para chuva

dessas que gostam de nos pregar peças

dessas que nos gelam até os ossos

que nos fazem arrepender de ter saído

também vou me preparar para o vento

desses que assassinam folhas

mais do que o próprio tempo faz

ventos malvados que desmancham

tudo o que encontram pela frente

hei de me preparar para que até os sonhos

me peguem desprevenido e me matem...


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Que eu sou um tolo

acho que todos sabem

(pelo menos eu sei,

mesmo fingindo que não)

Tolo, mais humano

que eu deveria ser

(erramos além da conta,

isso é mais que certo)

Sempre e sempre tolo

como todos somos

(talvez mais um pouco

por teimar em sonhar)...


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A luz se apagou

apagou a luz

ou fecharam os olhos?

Fiquei surdo

ou os sons

foram embora?

Não sei mais nada

ou nunca soube?


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