sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 88










Há um preço justo

Para qualquer saudade 

Um tiro certo...

Em qualquer alvo

Presas e caçadores

Até se parecem um pouco...

Eu ás vezes me desconheço

Sem reconhecer minha cara...

Fujo dos espelhos

Como o diabo foge da cruz

E minha fuga de nada adianta...

Sinto um gosto metálico

Em meu mau-hálito

Que pode ser de nicotina

Ou ainda de puro desespero...


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Eu sonhei com passeios tranquilos

em jardins imaginários...

Em tardes mornas cheias de paz

E flores de caprichadas cores...

Quis que os contos de fada

em certo repente fossem reais...

E os castelos de pedras azuis

não caíssem nunca mais...

Eu apenas sonhei e nada mais...


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bichos e plantas e rostos

todos eles acabam partindo

a morte não tem escapatório

eu fico nu em plena praça

e vou rindo de mil insanidades

que eu mesmo fiz 

em dias mais ou menos longos

em que enganei-me pensado

que tudo poderia dar certo...


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Tudo é um jogo

apenas um simples jogo...

Gudes bonitos 

e flechas traiçoeiras

vão em nossa direção

com a mesma intensidade...

E enquanto eu choro

aquela poesia morta

vai escorrendo entre 

meus gélidos dedos...


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Eu nunca foi bonito

até o azul dos olhos

mudou de cor...

Eu nunca fui bom

me defendi do meu jeito

de maldades atiradas...

Eu nunca fui feliz

se tive essa impressão

é porque intoxicado estava...

Os meus sonhos morreram

um a um lentamente

como as folhas em seu tempo...


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eu tenho meu tempo todo

e não há como evitar tal feito

meu tempo me segue persegue

até e sobretudo se me deito

malvado tirano bandido

ri da minha cara e do meu jeito

num dia virá me buscar

para morar em seu peito...


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Como numa batalha interminável

os metais brilhavam debaixo do sol

Com seus sons desprovidos de melodia

traziam medos aos seus combatentes

Não sei porque mas em minha memória

surgiam antigas gravuras medievais

Um sangre negro e expostas feridas

é o que mais chamava minha atenção

Eu até hoje e sempre folheio o livro

das minhas emoções que se degladiam...


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