Há um preço justo
Para qualquer saudade
Um tiro certo...
Em qualquer alvo
Presas e caçadores
Até se parecem um pouco...
Eu ás vezes me desconheço
Sem reconhecer minha cara...
Fujo dos espelhos
Como o diabo foge da cruz
E minha fuga de nada adianta...
Sinto um gosto metálico
Em meu mau-hálito
Que pode ser de nicotina
Ou ainda de puro desespero...
...............................................................................................................
Eu sonhei com passeios tranquilos
em jardins imaginários...
Em tardes mornas cheias de paz
E flores de caprichadas cores...
Quis que os contos de fada
em certo repente fossem reais...
E os castelos de pedras azuis
não caíssem nunca mais...
Eu apenas sonhei e nada mais...
...............................................................................................................
bichos e plantas e rostos
todos eles acabam partindo
a morte não tem escapatório
eu fico nu em plena praça
e vou rindo de mil insanidades
que eu mesmo fiz
em dias mais ou menos longos
em que enganei-me pensado
que tudo poderia dar certo...
...............................................................................................................
Tudo é um jogo
apenas um simples jogo...
Gudes bonitos
e flechas traiçoeiras
vão em nossa direção
com a mesma intensidade...
E enquanto eu choro
aquela poesia morta
vai escorrendo entre
meus gélidos dedos...
...............................................................................................................
Eu nunca foi bonito
até o azul dos olhos
mudou de cor...
Eu nunca fui bom
me defendi do meu jeito
de maldades atiradas...
Eu nunca fui feliz
se tive essa impressão
é porque intoxicado estava...
Os meus sonhos morreram
um a um lentamente
como as folhas em seu tempo...
...............................................................................................................
eu tenho meu tempo todo
e não há como evitar tal feito
meu tempo me segue persegue
até e sobretudo se me deito
malvado tirano bandido
ri da minha cara e do meu jeito
num dia virá me buscar
para morar em seu peito...
...............................................................................................................
Como numa batalha interminável
os metais brilhavam debaixo do sol
Com seus sons desprovidos de melodia
traziam medos aos seus combatentes
Não sei porque mas em minha memória
surgiam antigas gravuras medievais
Um sangre negro e expostas feridas
é o que mais chamava minha atenção
Eu até hoje e sempre folheio o livro
das minhas emoções que se degladiam...
...............................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário