Dedos lambuzados
razão para nada
eu queria antes
agora não quero mais
empurrei a felicidade
de porta á fora
e joguei os sonhos
pela janela do quarto
Insensível! Insensível!
falei a mentira do ano
olhando para a parede
por falta
de um vocábulo qualquer
eu não sei mais
que ruas quero andar
com essa liberdade
um pouco repressora
talvez alguns carnavais
caíram bem melhor
mesmo que invisíveis fossem
reparo em tuas fotos
e derrapo nas curvas
como um suicida
que acabou batendo
direto no primeiro poste
que encontrou
eu quero tudo
e por isso não quero nada
estou na próxima curva
assoviando coisas sem sentido
por debaixo da minha
triste e real máscara
todo irreal não passa
de uma realidade malfeita
em sonetos sem rimas
e nada mais nem menos...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário