Não têm nada...
Ou quase nada...
Muito mal o corpo e o espaço
Que eles ocupam...
Muito mal o ar que respiram e o sol
Que bate em suas cabeças...
Não têm nada...
Ou quase nada...
A boca faminta e desejo nos olhos
Que nunca terão...
Apenas a dor de terem nascido
Mesmo que viver seja a meta...
Não têm nada...
Ou quase nada...
A roupa rasgada e muito suja
Que nunca foi lavada...
Todos aqueles que vivem rindo
Não reparam nos que choram...
Não têm nada...
Ou quase nada...
A palavra muda e o gesto falho
Que fingem não ver...
O tanto que é jogado fora
E que poderia ajudar muitos...
Não têm nada...
Ou quase nada...
Sem cor alguma e sem direitos
Porque direito é para quem tem...
A justiça é uma pilhéria
Uma piada de mau-gosto...
Não têm nada
Ou quase nada...
Apenas um buraco e um número
Quando isso lhes for possível...
Ninguém dará por falta deles
Pois são os pobres - os invisíveis...
Ou quase nada...
A palavra muda e o gesto falho
Que fingem não ver...
O tanto que é jogado fora
E que poderia ajudar muitos...
Não têm nada...
Ou quase nada...
Sem cor alguma e sem direitos
Porque direito é para quem tem...
A justiça é uma pilhéria
Uma piada de mau-gosto...
Não têm nada
Ou quase nada...
Apenas um buraco e um número
Quando isso lhes for possível...
Ninguém dará por falta deles
Pois são os pobres - os invisíveis...
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