É inquestionável que o tempo não pare. Economizemos o nosso choro, pois de nada adiantará tal procedimento. Relógios são mudos, são surdos e são cegos. Aprendamos logo está lição, antes que seja muito tarde...
É inquestionável que os sonhos também nos firam. Não há caminhos sem pedras, descalça nossa alma vai. Tudo tem seu preço, o preço da verdade é o mais alto. A mistura da realidade com a ilusão pode ser indigesta ou mesmo venenosa...
É inquestionável que tudo siga adiante. Nada impede que o amor nos machuque, mesmo quando não é a sua intenção. Rosas e espinhos, o casal perfeito entrando na carne. O sangue que corre nas veias pode também ser chuva...
É inquestionável que o nosso silêncio seja útil ou não. Tenhamos cuidado com certas perguntas que fazemos. Nossa satisfação pode nos matar, assim o tédio comparece ante nós. O susto e a aventura trazem algum riso, ele poderá nos salvar também...
É inquestionável que a morte é para tudo e todos. As lembranças mais queridas também acabam, a nossa memória quase sempre falha. Não importa com tudo se acaba, importa como vemos esse fim, se doerá ou não...
É inquestionável que somos maus por natureza. Tentemos ir contra a maré, esquecendo o que há em torno de nós. Os maiores pacificadores foram rebeldes, os que mudaram o mundo andaram na contramão e acabou dando certo...
É inquestionável que a palavra construa mais castelos que as pedras. Os discursos feitos com os olhos falam mais evidências que as fotos requintadas das redes sociais. Os versos das velhas canções ainda impregnam o ar por toda eternidade...
É inquestionável que o sentimento vença a razão. Nos abismos acontecem os melhores vôos porque precisamos da maior distância, assim como as aeronaves precisam para voar. Assim como as aves de rapinas precisamos de precisão...
É inquestionável que todas as questões sejam levantadas, sejam incômodas ou não. O espaço para ser percorrido, mesmo sob o triste signo do cansaço e do desconforto. Sangrar ou não sangrar é apenas um acidente de percurso...
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