Diga aonde
Estão aqueles pássaros que acordaram o dia
E aquelas velas que desafiaram qualquer mar
E as recordações que teimam cada segundo...
Diga aonde
Estão velhos planos e novos amores sufocantes
Como a ansiedade de brinquedos mais que esperados
E as reuniões de família em fotos mais que solenes...
Diga aonde
Estão as setas atiradas em mais inocentes guerras
Como sinais de trânsito de fatos bons e assim ruins
Ruas estampadas nas retinas com um tom só de cor...
Diga aonde
Estão aquelas bandeiras de ventos mais que vadios
Que acabavam se transformando em brancas roupas
Nos varais que nunca se via ou se notava então...
Diga aonde
Estão os velhos amigos que afinal não envelheceram
E as cinzas de intermináveis cigarros num cemitério
Onde as nuvens se tornavam outras nuvens de sonho...
Diga aonde
Estão os acordes mais bonitos que ainda não sei tocar
E as impressões que ficaram com um sonho mal sonhado
Onde certeza e incerteza andavam de mãos dadas...
Diga aonde diga aonde...
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